Duas fases e cerca de 1,9 milhões de euros depois, o projeto «Articular para Intervir» ajudou a estimular o desenvolvimento regional e a estruturar atividades económicas passíveis de criar emprego e atenuar as assimetrias entre o litoral e o interior do Algarve.
Esta é a opinião do presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, que dinamizou as duas fases deste projeto co-financiado por fundos europeus, mas também dos seus parceiros institucionais.
«Estes projetos trazem-nos mais riqueza, mais centralidade, cria emprego. As principais intervenções do Articular para Intervir têm o dom de fixar pessoas, algumas no interior do território, em zonas de baixa densidade», resumiu o responsável máximo pela CCDR do Algarve.
«Esta forma de promover o desenvolvimento regional funciona e nós, na Câmara de Tavira, somos testemunhas», assegurou, por seu lado, o presidente da autarquia tavirense Jorge Botelho, na sessão de abertura de uma sessão onde se fez o balanço das duas fases do «Articular para Intervir», que teve lugar na terça-feira, na Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve (EHTA), em Faro.
Este município esteve intimamente ligado ao trabalho feito em torno da Dieta Mediterrânica, uma das valências do projeto da CCDR do Algarve, já que Tavira foi a comunidade representativa de Portugal na candidatura vencedora que permitiu o reconhecimento da Dieta Mediterrânica portuguesa como Património Cultural Imaterial da Humanidade.
À margem da sessão, o presidente da CCDR do Algarve David Santos salientou, não só este projeto – que apesar de ter tido um polo central em Tavira, é de «âmbito regional» -, mas também outras duas iniciativas que se realizaram debaixo do chapéu do Articular para Intervir: O TASA (Técnicas Ancestrais, Soluções Atuais) e a Rede de Autocaravanismo do Algarve.
«O objetivo foi, mesmo, articular para intervir. Tivemos estes três projetos principais, nos quais temos parceiros públicos e privados», enquadrou David Santos, acrescentando que, dos 1,9 milhões de euros investidos, «cerca de 1,3 milhões vieram da União Europeia».
No caso do projeto TASA, um produto da casa, a inclusão nestas duas candidaturas visou dar um passo mais além, numa iniciativa que já vinha de trás. «Procurámos complementar a estratégia inicial, que passou por fazer um levantamento dos artesãos, das artes e produtos que existem na região. Nesta segunda fase do TASA, quisemos promover os artesãos, mas já numa perspetiva de divulgação no exterior e da comercialização», explicou. «Numa terceira fase, queremos fazer uma candidatura onde se consiga incluir a questão da formação», acrescentou o presidente da CCDRA.
Outra aposta foi na criação de uma rede formal de autocaravanismo, que abrangesse toda a região. «Como todos sabemos, era habitual ver em locais que deviam ser ambientalmente bem defendidos, a presença de autocaravanas, proque não havia locais para os acolher. Hoje, temos uma rede transversal ao Algarve, com parâmetros bem definidos para a qualidade e segurança, espalhados por todo o Algarve, quer no interior, quer no litoral. Este é um tipo de turismo que contraria a sazonalidade, porque acontece muito fora da época alta», salientou.
David Santos assegurou que a CCDR já está a pensar numa candidatura ao Algarve 2020, que permita não só dar continuidade ao TASA, mas aos outros projetos do «Articular para Intervir». Continuidade que será sempre «numa perspetiva dos recursos naturais, do saber existente na região e da promoção articulada do Algarve».
A Região de Turismo do Algarve agradece a aposta feita pela CCDR do Algarve nestas candidaturas, das quais foi parceira. O presidente desta entidade Desidério Silva tem defendido, desde que ocupou o cargo, a necessidade de trabalhar em rede e procurado estruturar ofertas turísticas complementares ao Solo e Praia, nomeadamente o turismo de natureza e cultural. E o «Articular para Intervir» encaixa nesta estratégia do Turismo do Algarve.
Na passada terça-feira, a EHTA acolheu técnicos de diversas entidades públicas, mas também representantes de entidades privadas parceiras das duas fases do projeto da CCDR do Algarve, como a associação In Loco e as empresas Tertúlia Algarvia e ProAtiveTur.
Ao longo do dia, foram apresentados os resultados dos três projetos considerados como principais por David Santos, mas também outras iniciativas incluídas no «Articular para Intervir», nomeadamente o «Algarve Acolhe», ligado a áreas de acolhimento empresarial, e o Portal de Mobilidade e Transportes que a CCDR do Algarve está a desenvolver.