A pesca do polvo volta a estar no centro da discussão em nova edição da «Tertúlia do Polvo», que irá decorrer hoje, sexta-feira,a partir das 17h30, na Sala de Seminários da Reitoria, no campus de Gambelas da Universidade do Algarve (UAlg).
Na sétima edição desta iniciativa do Centro de Ciências do Mar (CCMar), associado à UAlg – que poderá, igualmente, ser a última – o convidado será o investigador no Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) João Pereira.
Será ele a dar o mote para a discussão, com a apresentação «Tempestade num copo de água», cujo objetivo é «rever o conhecimento atual sobre a biologia e comportamento do polvo e como é que esta informação se relaciona com estado da pesca do polvo».
Este encontro, como os que o antecederam, serve para juntar entidades e personalidades ligadas a este recurso e pô-los a pensar no futuro. «Estas tertúlias servem para reunir todas as pessoas que estão interessadas na gestão do polvo, no Algarve, para conversarmos sobre as problemáticas a ela associada, identificá-las e perceber qual é a melhor forma de gerir este recurso», resumiu a investigadora do CCMar Mafalda Rangel, que tem organizado a Tertúlia do Polvo.
Em causa, está um produto «altamente valorizado, que traz um acréscimo de rendimento aos pescadores», e que, apesar de não se poder dizer que é escasso, «é sujeito a uma grande variabilidade, tornando-se difícil de prever qual a disponibilidade do recurso em determinadas alturas do ano».
Para o CCMar, esta questão, associada ao facto de algumas comunidades piscatórias do Algarve dependerem deste recurso, justifica, não só, uma discussão aprofundada da gestão da pesca do polvo, mas também a instituição de metodologia que garanta a sustentabilidade do recurso, a longo prazo.
É com isso em mente que será apresentado, na tertúlia de hoje, o conceito do Livro Verde da Pesca do Polvo. Esta é, para já, apenas uma ideia do centro de investigação algarvio, que acredita que a criação de um documento desta natureza iria contribuir para um aumento da informação e opiniões sobre a pesca do polvo e «suscitar a discussão de todas as partes interessadas». «Não é um documento fechado e pode em qualquer altura incluir novos contributos», salienta o CCMar.
No fundo, trata-se de passar para o papel aquilo que têm vindo a ser as Tertúlias do Polvo. «Nas tertúlias, foi dado um passo muito importante em frente. É verdade que é difícil conseguir consensos, mas também é um facto que conseguimos juntar as pessoas que estão realmente interessadas em gerir melhor este recurso. O que nós conseguimos foi que houvesse diálogo entre os participantes e que se chegasse a acordo em relação a alguns problemas que o setor enfrenta e afetam diretamente as pessoas», disse Mafalda Rangel.
Para já, não está prevista nova edição desta tertúlia, mas a possibilidade não está fechada. A decisão caberá aos que estiverem na sessão de hoje, já que o programa prevê a apresentação da possibilidade de continuação da iniciativa e discussão sobre esta matéria.