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Cecília Honório e o Bloco de Esquerda estão «em total sintonia» com Rui André, presidente da Câmara de Monchique, contra o fecho do Tribunal, revelou a deputada eleita pelo BE no Algarve, após a reunião que manteve com o autarca, na passada sexta-feira, dia 16 de março.

A parlamentar bloquista diz estar de acordo «com as razões salientadas pelo autarca», nomeadamente que «o encerramento deste órgão de soberania não se enquadra dentro dos critérios invocados pelo governo, onde a média de processos concluídos por ano são cerca de 400, muito longe dos 250 mínimos exigidos, transitando de ano para ano mais de 500 processos».

Por outro lado, «a distância entre Monchique e Silves – esta é a cidade que vai acolher o Tribunal a encerrar – é superior a uma hora e meia de distância, visto não haver transporte direto entre estas duas localidades. Acresce ainda que o edifício onde funciona o Tribunal apresenta boas condições, é pertença da Câmara e que o está a ceder a título gratuito ao ministério da justiça».

Cecília Honório, após a visita de trabalho a Monchique, na qual foi acompanhada por João Vasconcelos, coordenador regional do BE, defendeu que «o encerramento do Tribunal por razões meramente economicistas irá prejudicar gravemente um concelho do interior do Algarve, com uma população muito envelhecida e com dificuldades de mobilidade».

Além disso, «o encerramento do Tribunal, como de outros serviços públicos, vai contra os interesses e o bem-estar das populações locais, contribuindo para a desertificação do interior e da serra algarvia».

Neste sentido, a deputada Cecília Honório já anunciou que irá questionar o governo a nível parlamentar sobre a intenção deste querer encerrar o Tribunal de Monchique.

A parlamentar do Bloco de Esquerda deslocou-se depois a Portimão, à instituição “Catraia – Centro de Acolhimento Temporário para Menores em Risco”, e reuniu-se com os seus responsáveis, inteirando-se das suas condições e funcionamento.

Esta visita insere-se no roteiro da pobreza e exclusão social no Algarve, onde a Deputada bloquista irá visitar e reunir com várias instituições e associações na região ligadas à área social.

A deputada considera que «a atual crise económica e as políticas governamentais trouxeram consequências para as comunidades, revelando casos de ruína social, abandono e falta de condições».

A “Catraia”, uma das cinco instituições do género existentes no Algarve e que acolhem crianças vítimas de negligência alimentar e de higiene, maus tratos e violência doméstica e sexual, alberga cerca de duas dezenas de crianças dos 0 aos 12 anos.

Algumas das dificuldades desta instituição são a falta de funcionários, haver apenas um psicólogo e a não existência da valência de pedopsiquiatria no Algarve, o que obriga à deslocação das crianças a Lisboa, ao Hospital D. Estefânia.

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