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A administração de vacinas do Plano Nacional de Vacinação, nomeadamente tétano e HPV, está a sofrer problemas no Centro de Saúde de Monchique, devido a atrasos no fornecimento das vacinas pela farmácia de Faro, denuncia a Concelhia do PCP monchiquense.

Os comunistas de Monchique acrescentam que, em relação à vacina HPV (vírus do papiloma humano, responsável por situações que podem evoluir para cancro – ex. cancro do colo do útero), «há atrasos desde 2011, estando neste momento cerca de 40 jovens por vacinar».

Por outro lado, «tem-se verificado falta de material consumível, como por exemplo, fios de sutura ou luvas, enquanto a «Unidade de Saúde Familiar de Monchique deixou de funcionar recentemente».

Denunciam ainda que o Serviço de Atendimento Permanente (SAP), «que já não funciona no horário noturno, agora também não tem atendimento antes das 14h00, porque os médicos dão preferência às consultas de Medicina Geral e Familiar, que são de manhã».

Outra deficiência detetada pelo PCP no Centro de Saúde de Monchique é que o «ar condicionado da sala de Aerossóis está avariado, levando por vezes que seja preciso deslocar utentes para outras salas, por causa da temperatura».

Além disso, tem havido irregularidades no funcionamento da extensão de Alferce, «pois as consultas passaram a ser de 15 em 15 dias, e às vezes a médica não aparece, ficando os utentes de Alferce sem prestação de cuidados de saúde».

Em relação às instalações, as duas extensões do CS de Monchique – Alferce e Marmelete -, precisam, na opinião dos comunistas, de «obras com urgência, de modo a garantir condições mínimas de atendimento aos utentes».

No CS de Monchique, existem também «várias salas para tratamento de fisioterapia, no entanto só existe uma Fisioterapeuta, e que atualmente tem horário reduzido, devido a licença por aleitamento».
Mas, segundo a Comissão Concelhia do PCP monchiquense, há outras questões mais gerais que também afetam a prestação de cuidados de saúde à população daquele concelho.

Assim, acrescentam, a Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Barlavento «não dispõe de recursos humanos adequados», uma vez que não há, por exemplo, «psiquiatras nem pedopsiquiatras, sendo os utentes referenciados para os hospitais de Portimão e Faro ou para o Hospital Dona Estefânia, em Lisboa. Também não dispõe de estomatologista e médico-dentista».

Também as Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados do ACES Barlavento não dispõem de recursos humanos adequados.

«O quadro prevê 95 médicos, mas as Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados apenas dispõem de 84, dos quais 8 não têm especialidade de medicina geral e familiar reconhecida em Portugal e 18 estão contratados através de empresas privadas de trabalho temporário».

«A carência de médicos traduz-se, em particular, no facto de 53% dos utentes do ACES Barlavento não disporem de médico de família. A situação é particularmente grave nos concelhos de Lagos, Silves, Vila do Bispo e Portimão, onde 78%, 55%, 54% e 51% dos utentes não dispõem de médico de família, respetivamente».

Quanto aos assistentes técnicos, diz ainda o PCP, «o quadro prevê 113 profissionais, no entanto só 87 se encontram ao serviço. Os assistentes operacionais são 72, para um quadro de 112. Para estas categorias não há autorização do Governo para proceder à abertura de concursos».

No que diz respeito aos enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica e técnicos superiores, os quadros também não se encontram preenchidos.

Acrescenta igualmente o PCP de Monchique que que há «graves problemas no que diz respeito à referenciação para consultas externas no Hospital de Portimão (hospital de referência dos centros de saúde do ACES Barlavento), com total ausência de resposta em algumas especialidades e tempos de espera excessivos noutras especialidades (podendo atingir vários anos), com sérias consequências ao nível da qualidade dos cuidados de saúde prestados às populações».

As especialidades com problemas na marcação de consultas externas no Hospital de Portimão são em particular «cardiologia, urologia, ginecologia e neurologia».

Finalmente, «o Conselho da Comunidade do ACES Barlavento não se reuniu uma única vez em 2013».

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