Até haverá «benefícios teóricos» ao nível financeiro e racionalização de recursos, no processo de fusão de hospitais que levou à criação do Centro Hospitalar do Algarve, mas estes não se estão a fazer sentir, pelo menos para já, devido «às grandes despesas em deslocações», motivados pela insuficiência de recursos humanos.
O presidente da Federação do Algarve do PS António Eusébio considerou em declarações ao Sul Informação que a incapacidade de promover poupanças, apesar da fusão, «é uma tentativa de manter serviços abertos em ambos os hospitais [Faro e Portimão], com os recursos humanos disponíveis».
Esta foi uma das conclusões de uma reunião que uma delegação do PS manteve com a administração do CHA, esta segunda-feira, inserida numa ação levada a cabo pelos socialistas algarvios, para conhecer melhor o estado dos serviços de saúde no Algarve.
Além do Conselho de Administração do CHA, os socialistas reuniram-se ontem com o novo presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve. As duas reuniões foram agendadas por António Eusébio, que foi acompanhado pelo secretário nacional e coordenador para a área da saúde do PS Álvaro Beleza e pelo deputado socialista à Assembleia da República Miguel Freitas.
Os encontros visaram, essencialmente, acompanhar o processo de fusão do Hospital de Faro com o Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio e de criação «de um novo modelo hospitalar», bem como saber o ponto da situação do fecho de Extensões de Saúde na região, levado a cabo em 2013. «Dada a delicadeza da matéria, a saúde é algo que deve ser sempre bem acompanhado. E com as alterações e reestruturação que estão a ser levadas a cabo ao nível da administração e equipas técnicas, a preocupação é acrescida», ilustrou António Eusébio.
«As notícias que vão, recorrentemente, surgindo na comunicação social sobre o funcionamento do atual Centro Hospitalar do Algarve, também levam o PS a ter uma atenção especial», acrescentou. Para o presidente do PS/Algarve, as situações relatadas «evidenciam o condicionamento da prestação de alguns cuidados de saúde aos utentes».
Na base de algumas falhas estará a falta de «de especialistas e enfermeiros», uma das limitações que o conselho de administração do CHA terá admitido, na reunião com os socialistas.
Recentemente, na altura do final de ano, registaram-se dificuldades no atendimento no Hospital de Portimão, sempre que houve picos de afluência. «Mas, segundo o conselho de administração, esta situação já terá sido sanada», com o reforço da equipa das urgências.
«Foram-nos afirmados os constrangimentos financeiros e a necessidade de contratar mais médicos e enfermeiros», resumiu António Eusébio.
Já na reunião com a ARSA, o tema central foi o encerramento de Extensões de Saúde em Castro Marim e Alcoutim. No caso deste último concelho, cuja Câmara é agora liderada por num socialista, «é por demais conhecida a caraterização de uma população grandemente envelhecida e, por maioria de razão com elevadas fragilidades em termos de saúde e dificuldades diversas em termos de mobilidade para outras extensões de saúde».
Como o presidente da Câmara de Alcoutim Osvaldo Gonçalves revelou ao Sul Informação, há algumas semanas, a ARSA só admite a reabertura da Extensão de Saúde de Vaqueiros caso sejam encontradas instalações que cumpram os requisitos necessários e instalada uma ligação rápida de internet, investimentos que a autarquia se disponibilizou a fazer.
O fecho das três unidades de saúde motivou um protesto, em outubro, na sequência do qual a ARSA admitiu reavaliar o fecho das Extensões, caso fossem criadas as condições necessárias. Segundo Osvaldo Gonçalves, 100 mil euros é a verba limite que o instituto público tem para gastar, nas três unidades.
O PS diz ter recebido a garantia do novo presidente da ARSA que não serão fechadas Extensões de Saúde no Algarve, em 2014.
«Penso que há um longo trabalho a fazer na reestruturação dos serviços de saúde do Algarve. Os profissionais de saúde devem continuar o seu esforço para esforço para melhorar o Serviço Nacional de Saúde.