O movimento «Com Faro no Coração» (CFC) acusou PSD, PS e CDS de terem promovido «o descalabro» de Faro, desde que o atual executivo camarário tomou posse, em 2009. Garantiu mesmo que estes três partidos, a que chama a «má troika» de Faro, têm «cometido ilegalidades e provocado derrocadas financeiras envolvendo valores da ordem dos 80 milhões de euros, por culpas próprias».
«Não foram realizados cerca de 68 milhões de euros dos empréstimos e alienações previstos no Plano de Reequilíbrio Financeiro inicial. Por outro lado, uma derrocada de cerca de 13 milhões de euros por causa de novas despesas e compromissos sem disponibilidades, atos de gestão ruinosos ou sem transparência, compadrio partidário e esbanjamento», considerou o CFC.
Para o CFC, que apoiou a candidatura de José Vitorino à Câmara de Faro em 2009, a incapacidade de encaixar os 68 milhões deveu-se a «incompetência e jogos político-eleitorais» e a Câmara e Assembleia Municipal deviam ter avançado para a contração de um empréstimo neste valor e feito as alienações em 2009 e 2010. «Não o fizeram e agora, só perspetivam cerca de 30 milhões do PAEL», ilustrou.
Apesar de a Câmara ser liderada por um executivo de coligação PSD/CDS, o movimento não poupa o principal partido da oposição, o PS, que na Assembleia Municipal tem os mesmos deputados que a coligação no poder e a presidência do órgão.
«Na Assembleia, nem o PS nem o PSD têm maioria, mas tem funcionado uma junção de votos entre ambos com efeitos nefastos», acusou o movimento numa Nota de Imprensa.
«A seara está a arder e o Município sacrificado, mas esse dinheiro vai vir na véspera das eleições como prepararam e vai haver foguetório. É assim a má política», considerou o CFC.