Um novo aparelho de ressonância magnética, mais eficaz e que permite realizar outro tipo de exames, equipamento «de última geração» para garantir o bom funcionamento da Via Verde Coronária, a que se juntam obras para preparar a chegada de uma nova máquina de Tomografia Computorizada (TAC). O Centro Hospitalar do Algarve (CHA) mostrou esta quinta-feira alguns dos investimentos que está a realizar na sua unidade de Faro, que visam «aumentar a qualidade e diminuir tempos de espera», mas também poupar dinheiro e salvar vidas.
Hoje, dia 20 de Julho, os jornalistas foram convidados a conhecer de perto os novos equipamentos do CHA, um dos quais já operacional e o outro prestes a ser colocado a uso. Sensivelmente na mesma altura, o Conselho de Ministros aprovava a há muito anunciada criação do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), uma medida que o primeiro-ministro António Costa tinha assegurado que iria ser tomada muito em breve, durante a sua passagem pelo Algarve, na segunda-feira.
No serviço de Cardiologia, mais precisamente para o Laboratório de Hemodinâmica, peça fundamental da Via Verde Coronária, foi feito o upgrade de um equipamento fundamental para o trabalho deste departamento do Hospital de Faro, para onde são orientadas pessoas com enfartes agudos do miocárdio (vulgo ataque de coração).
Este é um local onde se salvam muitas vidas, já que por ali passam «cerca de 200 doentes urgentes por ano», que dependem do equipamento de hemodinâmica ali existente.
O Conselho de Administração do CHA investiu cerca de 430 mil euros «na reabilitação e atualização da atual plataforma tecnológica para a tecnologia mais recente no mercado, apresentando melhores especificações ao nível da capacidade térmica e taxa de dissipação, justificando uma melhor performance durante a realização de exames, uma imagem com maior resolução e eliminando a necessidade de paragens durante os exames, para arrefecimento da ampola».
Apesar de se tratar de um upgrade, trata-se de «um aparelho totalmente remodelado, é como se fosse novo», de um «modelo de última geração da Siemens, sendo o terceiro instalado no mundo».
«O aparelho que tínhamos antes deste já era muito antigo e, ao fim de alguns anos, a empresa disse que deixava de assegurar peças de substituição. Como isto não é como um carro, em que se encontram peças aí em qualquer stand, corria-se o risco de ficar meses à espera, em caso de avaria. A população do Algarve e de boa parte do Baixo Alentejo não podia ficar sujeita a isto», ilustrou o cardiologista de intervenção Victor Brandão, responsável pelo laboratório.
Isto porque se trata de um equipamento fundamental no trabalho do laboratório, que permite «baixar drasticamente o risco de vida dos utentes».
Praticamente concluído está o upgrade da Ressonância de 1.5 Tesla, um investimento de 400 mil euros. Segundo Jorge Pereira, coordenador do serviço de Radiologia da unidade de Faro do CHA, «o magneto será ativado hoje e amanhã [dia 21 de Julho] já devemos poder fazer exames».
Também neste caso se trata de um equipamento que foi renovado, mas de forma tão profunda, que é praticamente novo. «Passamos a ter 18 canais em vez de quatro, o que nos permite ser mais rápidos e realizar outro tipo de exames, nomeadamente de Pediatria e de utentes agitados», disse.
Segundo Joaquim Ramalho, presidente do CA do CHA, isto aumenta a qualidade e reduz os tempos de espera, até porque, tendo em conta que este é um equipamento «de grande capacidade» e mais eficiente, «reduzem-se os tempos mortos».
Ainda em curso, estão obras que permitirão a instalação de um novo aparelho de Tomografia Computorizada (TC) no serviço de Radiologia do Hospital de Faro, que se juntará ao já existente nesta unidade de saúde.
Este é um investimento para o futuro, defendem os responsáveis pelo CHA, cuja aquisição, apesar de ter o custo considerável de meio milhão de euros, permitirá poupar «mais de 300 mil euros por ano» em aquisições externas.
Atualmente, a unidade farense do Centro Hospitalar do Algarve conta apenas com um aparelho de TAC «de 16 cortes». Isto significa que quando esta máquina avaria, o hospital tem de recorrer a serviços externos, nomeadamente ao setor privado, para realizar os exames. Isso, como é natural, tem custos.
O novo equipamento de Tomografia Computorizada (TC), a instalar no final de 2017, é um aparelho de de última geração, com 128 cortes, e motivará um investimento de cerca de 500 mil euros, o qual irá permitir «a realização de exames especiais nas áreas de Pediatria, Angiologia e Cardiologia, que, a partir dessa data, podem ser realizados no CHAlgarve, sendo simultaneamente o único equipamento desta nova geração no Algarve».
Além disso, evitará que o CHA tenha que recorrer aos exames realizados no exterior, nomeadamente nos períodos de paragem do outro equipamento de TC de 16 cortes atualmente em funcionamento, o que representa uma poupança anual de cerca de 300 mil euros. «Em Junho, tínhamos já comprometidos 390 mil euros em exames externos», ilustrou Joaquim Ramalho.
Depois de acabadas as obras de adaptação em curso, o que deverá acontecer até final do ano, será adquirido um aparelho de Tomografia Computorizada com 128 cortes, que permitirá «a realização de exames especiais nas áreas de Pediatria, Angiologia e Cardiologia, que a partir dessa data podem ser realizados no CHA, sendo simultaneamente o único equipamento desta nova geração no Algarve».
Estes equipamentos foram adquiridos ao abrigo de um plano de investimentos a três anos, que contará com uma verba de 19 milhões de euros. A maior fatia, de 11 milhões, deverá ser aplicada já em 2017. Neste momento, já há «5 milhões em processos», alguns «já concluídos, outros em processo de aquisição». Segundo Joaquim Ramalho, há ainda «investimentos de 3 milhões à espera da luz verde da tutela».