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O Cineclube de Faro anulou três das sessões previstas para o mês de maio por dificuldades financeiras, algo que acontece pela primeira vez nos 56 anos de história da associação, completados recentemente, da coletividade algarvia. Em causa estão a falta de apoio da autarquia e do Instituto do Cinema, bem como falta de pagamento de quotas por parte de sócios.

«A inexistência de apoios à nossa atividade anual por parte da autarquia e, no presente ano, do Instituto de Cinema, que nem sequer abriu concursos de apoio à Rede Alternativa de Exibição de que são beneficiários os cineclubes portugueses, ditaram esta penosa situação que não tem sido invertida por receitas próprias», revelou, num comunicado, a direção do Cineclube de Faro.

Exibir um filme custa, em média «200 euros» e «a média de espectadores tem sido insuficiente para cobrir essas despesas de aluguer» Por outro lado «os sócios não têm correspondido, ou não têm conseguido corresponder, ao esforço de manter as suas quotas em dia». «Está em causa o futuro imediato da nossa associação», lê-se no comunicado.

O presidente do Cineclube de Faro Carlos Rafael Lopes confessou ao Sul Informação que estes cancelamentos poderão não ser os únicos, na programação para este ano, caso a situação não se altere. «Poderemos ter de reduzir a nossa atividade às sessões na sede», alertou.

E se os apoios das entidades oficiais são uma ajuda importante, o que seria fulcral era um maior envolvimento da sociedade. «Era preciso que fossem mais pessoas às sessões e que surgissem mais sócios. Terá que haver uma base de sustentação humana», avisou.

«Assim, apelamos a todos os sócios que, se lhes for oportuno, regularizem o mais urgentemente possível a sua situação e contribuam para a mobilização em torno do Cineclube de Faro, motivando outros a tornarem-se sócios ou retomando a sua condição de antigos sócios, beneficiando da Campanha que isenta do pagamento de jóia de inscrição e liquida todas as quotas de 2012 por uns meros 25 euros», lia-se na nota do cineclube enviada às redações.

«A atividade de um cineclube é algo cara, devido ao preço dos filmes, a que acrescem as despesas fixas, que têm alguma força no final do mês, para mais numa altura de dificuldades», disse Carlos Lopes. «A situação é ainda mais grave, porque não temos previsão de receitas», acrescentou.

Quanto ao apelo lançado hoje pela direção que preside, Carlos Lopes tem esperanças que «sirva como alerta» e que motive alguma mobilização da parte dos amantes da sétima arte, na região. O Cineclube de Faro é considerado uma entidade de utilidade Pública, pelo que eventuais mecenas terão benefícios fiscais por apoiar a sua atividade.

A próxima sessão comercial do Cineclube será no dia 22 de maio com o filme «Enter the Void», de Gaspar Noé, seguido do multi-premiado documentário português «É na Terra, não é na Lua», de Gonçalo Tocha. «Dia 5 de Junho damos a ver o filme Além de ti, do realizador algarvio João Marco e finalmente, dia 12 de Junho, o ansiado Tabu, de Miguel Gomes», revelou a coletividade.

 

Atualizado às 13h32 com declarações do presidente do Cineclube de Faro Carlos Lopes

sulinformacao

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