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A igreja matriz de Sines, monumento religioso de “referência” daquela região da Diocese de Beja, vai acolher no próximo sábado, dia 24, o concerto de abertura do festival de música sacra Terras Sem Sombra.

Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o Departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA) da Diocese de Beja, responsável pela organização do certame, destaca a relevância histórica e religiosa do monumento e a sua importância para a música, já que “possui uma acústica notável”.

“Resgatadas do silêncio, as velhas igrejas alentejanas são, pelo espírito de lugar, pelos valores arquitetónicos e artísticos e pelas condições acústicas, espaços privilegiados para uma iniciativa com este perfil, que une o passado e o presente”, salienta o organismo diocesano.

A inauguração do festival, que aposta na divulgação e preservação do património cultural e ambiental da região, vai estar a cargo de “um dos mais destacados maestros europeus da atualidade”, o italiano Giovanni Andreoli.

Acompanhado pela soprano María Bayo, a mezzosoprano María José Montiel, o tenor Alexandre Guerrero e o barítono Damián del Castillo, o “regista” italiano vai interpretar uma das óperas mais importantes do compositor Gioachino Rossini (1792-1868), a “Pequena Missa Solene”, escrita em 1863.

O concerto, marcado para as 21h30, terá também a participação do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, dos pianistas Marta Zabaleta e Miguel Borges Coelho, enquanto Kodo Yamagishi será responsável pela interpretação ao harmónio.

Para o diretor artístico do festival, Paolo Pinamonti, o evento “constitui um arranque à altura das expectativas do programa delineado”, uma vez que permitirá “mostrar o papel do canto no universo da música religiosa, desde a polifonia do Renascimento até à vanguarda atual”.

Depois do lançamento do cartaz artístico do Terras Sem Sombra 2012, para dia 25 está reservado o início da componente ambiental do projeto, através de uma ação intitulada “Um Litoral para todos”, que “incidirá na diversidade de organismos e habitats da faixa costeira portuguesa, abrangendo também a componente geológica”.

Segundo o comunicado do DPHA, a iniciativa será orientada pelo professor Mário Ruivo, figura pioneira dos estudos oceanográficos em Portugal e que tem defendido “a gestão sustentável dos recursos marinhos”, tanto ao nível da “conservação” como da sua “rentabilidade económica”.

Para o investigador, é preciso também olhar para a “proteção da flora autóctone da faixa costeira alentejana”, classificando-a como “um ponto quente da diversidade biológica na Europa ocidental”.

Neste âmbito, a Diocese de Beja vai contar com a colaboração do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, do Laboratório de Ciências do Mar da Universidade de Évora e do Município de Sines, localidade do Distrito de Setúbal.

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