A história de um convento em ruínas, abandonado por toda a gente menos por uma família que o utiliza como habitação, é familiar de quem vive ou conhece a vila de Monchique. A partir deste domingo, e até ao dia 28, essa “história” vai chegar a Lisboa, ao Teatro Maria Matos, onde vai estrear «O Convento».
«O Convento» não é uma peça de teatro, nem uma exposição de artes visuais, é sim uma mistura de ambas: o Perfinst, um conceito criado pelo diretor da performance, Luís Castro, em 1996.
Bibi Perestrelo, Filomena Cautela e André Amálio interpretam e mostram no palco aquilo que viram e experienciaram durante 24 dias passados em Monchique no mês de setembro.
Segundo informação divulgada na página do Teatro Maria Matos, «a investigação de “O Convento” centrou-se em quatro vertentes: o passado histórico/patrimonial do convento; o ponto de vista antropológico/sociológico da família que habita nas suas ruínas; a envolvente arbórea, da qual fazem parte, entre outras, a mais antiga magnólia da Europa e um imponente conjunto de sobreiros centenários; e questões ambientais e ecológicas relacionadas com este micro-cosmos».
No palco será apresentado um objeto performativo/plástico que apresenta estruturas cenográficas construídas a partir de resíduos encontrados nas imediações do convento e que «desafia o espetador a experienciar cheiros, sabores e texturas e a descobrir imagens em suportes inesperados».
A associação Karnart, responsável pela criação de “O Convento”, quer fazer mais do que dar a conhecer a história da família que habita no antigo convento franciscano e os costumes da Serra de Monchique. O grupo quer também ajudar a mudar a situação de abandono em que o monumento se encontra e, para isso, criou uma petição pública, dirigida a várias entidades para que «a degradação do Convento da Nossa Senhora do Desterro seja travada».
Em nota de imprensa da Câmara Municipal de Monchique, alusiva à estreia de “O Convento” no Maria Matos, a autarquia esclarece que o imóvel «ainda não é, na sua totalidade, propriedade da Câmara Municipal de Monchique», mas que no futuro, o município pretende «adquirir a totalidade da propriedade, e encontrar parcerias para a sua recuperação, como é exemplo a instalação de um Hotel/Pousada para o qual já existe projeto nesta Câmara Municipal».