O deputado algarvio Cristóvão Norte voltou a defender a reforma do sistema político, nomeadamente a redução do número de deputados à Assembleia da República, a obrigação de exclusividade e o voto preferencial, numa reunião que manteve esta semana com a Associação Empresarial de Almancil.A política nacional esteve em cima da mesa, mas não foi o único tema abordado. A economia local foi outro dos assuntos sobre o qual o deputado social-democrata se debruçou.
O parlamentar do PSD foi o orador convidado num almoço-conferência com dezenas de associados da Associação, «no qual se debateram as condições essenciais para a retoma económica na região, bem como a evolução da economia algarvia e nacional estruturalmente ao longo das últimas décadas».
Para Cristóvão Norte, «ao longo dos anos se tem cavado um fosso de desconfiança entre os eleitos e os eleitores, pelo que não podemos persistir numa visão imobilista e obsoleta que não restaura essa confiança essencial para a credibilidade dos políticos». Daí que considere que o avanço destas medidas «imperativo».
Cristóvão Norte: “Para fundarmos um ciclo de recuperação económica precisamos de forjar uma economia baseada nos recursos endógenos”
O deputado considerou que «ainda não concebemos um modelo de economia regional que reconheça o papel fundamental do turismo como força motriz, mas que compreenda a revitalização do sector primário como meio para criar uma economia de rede que garanta mais valor acrescentado e retenção desse mesmo valor na região». Mas não deixou de frisar «um decréscimo homólogo do desemprego, e historicamente anos turísticos positivos em todas os parâmetros de medição».
«Para fundarmos um ciclo de recuperação económica precisamos de forjar uma economia baseada nos recursos endógenos- o que o Algarve já faz com o sol, mas pode voltar a fazer com a terra e com o mar – radicando neste caso uma aposta na investigação, nas empresas e na necessidade de compreender as tendências de mercado e de diversifica-los, pelo que, no caso do turismo, temos tido insuficiente promoção e isso não ajuda a combater a sazonalidade», reforçou.
Para o deputado, a chave em termos de investimento na região, nos próximos anos, serão «os fundos comunitários e a consolidação das finanças públicas, já que o Algarve tem uma economia de padrão competitivo e, por isso, sofre tendencialmente mais que outras regiões com aumentos de taxas e impostos porque não pode internalizar custos».