A Assembleia da República aceitou esta quarta-feira, dia 19 de Julho, o pedido feito pelo Ministério Público de levantamento da imunidade parlamentar do deputado do PSD eleito pelo Algarve Cristóvão Norte, para o constituir como arguido no inquérito às viagens pagas pela Galp a políticos para ver o Portugal-Hungria do Euro216.
Segundo o jornal Expresso, que avançou a notícia, o objetivo do MP é que o deputado algarvio «seja ouvido e constituído arguido» ao abrigo de uma investigação aos políticos portugueses que foram a França, com viagem e bilhetes pagos pela empresa Galp. Na passada semana, este caso, que já é conhecido como “Galpgate”, fez cair três secretários de Estado do Governo.
O pedido do Ministério Público foi endereçado à AR na segunda-feira e, segundo o Jornal de Negócios, aceite hoje pela Comissão de Ética do Parlamento.
Contactado pelo Sul Informação a 10 de Julho, no mesmo dia em que os membros do Governo envolvidos colocaram os seus lugares à disposição, Cristóvão Norte não quis prestar declarações, remetendo para as explicações que deu há cerca de um ano, quando se soube que tinha integrado a comitiva que foi ao Euro2016 com viagem paga pela petrolífera.
Na altura, Cristóvão Norte alegou que não tinha sido convidado pela Galp, mas sim por «um amigo de longa data», e que aceitou ir «a título pessoal e não como deputado», por considerar que «não havia conflito de interesses», tendo em conta que o cargo de deputado não é executivo. Na altura, o deputado do PSD não justificou a falta à sessão plenária do dia do jogo.
O parlamentar algarvio também se escusou a prestar declarações ao jornal nacional que hoje avançou o pedido de levantamento da sua imunidade parlamentar.