A delegação da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) de Moncarapacho/Fuseta está disposta a instalar um campo de refugiados num terreno que lhe foi cedido, na Fuseta, com capacidade para acolher «40 a 50 pessoas».
Segundo revelou ao Sul Informação António Palma, diretor da delegação da Cruz Vermelha desta freguesia do concelho de Olhão, seria possível «agilizar o processo, de modo a começar a receber as primeiras pessoas em meados de Outubro». Para isso, seria necessário «algum investimento» da parte da CVP, que «ainda não está quantificado».
A intenção de acolher refugiados nesta aldeia piscatória do concelho de Olhão já foi manifestada, por carta, ao Conselho Português para os Refugiados (CPR), como revelou este sábado o semanário «Expresso». No entanto, segundo disse ao Sul Informação António Palma, diretor da delegação da Cruz Vermelha desta freguesia do concelho de Olhão, «ainda não foi tomada qualquer decisão».
O que há é a vontade da Cruz Vermelha local em ajudar os migrantes que estão a atravessar o Mediterrâneo em massa à procura de ajuda na Europa, fugindo à guerra no Norte de África e Médio Oriente. Isto porque, frisou António Palma, a ajuda a refugiados «faz parte da missão da Cruz Vermelha e faz parte dos estatutos» desta entidade.
«Nós temos um terreno de 1700 metros quadrados que nos foi cedido para construção de um infantário. Esse projeto acabou por não avançar e nós decidimos enviar esta carta de intenções ao CPR, para os auscultar sobre a situação dos refugiados» e disponibilizar-se para ajudar.
Este terreno, apurou o nosso jornal, fica situado na Rua Engenheiro Francisco Leal, perto do depósito de água e da Extensão de Saúde da Fuseta.
A ideia partiu da CVP, mas merece o aplauso do presidente da União de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta Manuel Carlos. «Pediram-me a opinião e eu disse que achava muito bem e que apoiava essa decisão», disse o autarca, em declarações ao Sul Informação.
«Por convicção, sou a favor. Há muita gente a favor, mas também há quem esteja contra, as opiniões dividem-se. Na minha visão, que moral temos nós para não ajudar? Também já houve portugueses em dificuldades que foram acolhidos por outros países. E é uma questão de solidariedade europeia, não podemos querer só receber o dinheiro da União Europeia», ilustrou.