Vieram às centenas, à procura de uma experiência que lhes permitisse perceber o que é estudar na Universidade do Algarve e para ganhar mais competências académicas, mas também para se divertir e fazer amigos.
Mas os 300 estudantes do ensino secundário que participaram na edição de 2016 dos Cursos de Verão da Universidade do Algarve dificilmente antecipariam que também iriam ganhar competências culinárias, nomeadamente uma introdução à arte de confecionar cataplana e outras iguarias tipicamente algarvias.
Na quinta-feira à noite, a UAlg surpreendeu os jovens participantes dos cursos que promoveu durante duas semanas com um workshop de culinária, na Tertúlia Algarvia. Apanhados de surpresa, os estudantes – que esperavam apenas um passeio pela Vila-Adentro de Faro, seguido de jantar – foram desafiados a pôr as mãos na massa e a confecionar uma refeição tipicamente algarvia, composta por conserva de cenoura, cataplana de frango e berbigão e torta de laranja.
Orientados pelos chefes de cozinha do espaço cultural e restaurante da Cidade Velha, os jovens cortaram, temperaram e mexeram (uns com mais mestria que outros). E não levou muito tempo até que os ingredientes que encontraram, sossegados, na bancada, fervilhassem numa grande cataplana de cobre, libertando o aroma típico desta iguaria.
Provavelmente com água na boca, os alunos dos Cursos de Verão tiveram de ir buscar o chef dentro de si e aguentar até ao fim, antes de se sentar à mesa. Mas, tendo em conta o aspeto e cheiro da cataplana que ajudaram a confecionar, terá valido bem a pena.
Os Cursos de Verão da UAlg terminaram ontem, sexta-feira, depois de duas semanas em que mais de 300 alunos do ensino secundário puderam assistir a sessões temáticas, relacionadas com os diferentes cursos superiores que a instituição tem para oferecer e participar em variadas atividades lúdicas.
A iniciativa, que se repete pelo 3º ano consecutivo, atraiu jovens de todo o país, mas também de além-fronteiras, nomeadamente vindos dos Estados Unidos da América e de Inglaterra. Muitos deles, como é o caso de Márcio Patrício, de 16 anos, que apesar de ser português, vive há 7 anos no Reino Unido, participam nos cursos de Verão com a perspetiva de se candidatar a cursos da UAlg.
«Sempre tive a intenção de me mudar para o Algarve, sempre gostei muito desta região, já cá tinha vindo quando era criança. Encontrei estes cursos de Verão num anúncio online e achei que era a oportunidade perfeita para vir conhecer o que havia cá no Algarve, no sentido de continuar os meus estudos», revelou.
Márcio não se atrapalha com o português, até porque viveu a sua infância na Figueira da Foz. Treina o seu português a conversar com a mãe, que é portuguesa, com ascendência sul-africana.
A intenção deste jovem é tirar o curso de gestão de empresas ou de gestão hoteleira. Na Inglaterra estuda na área de Viagens e Turismo e vai agora para o 13º ano (equivalente ao nosso 12º). «O meu único problema é que há muitos cursos cá em Portugal que exigem matemática ou português, mas eu vou tentar ultrapassá-lo. Já falei com um dos professores da Universidade que me disse que convém ter uma média mais alta a matemática e, se for o caso, terei de fazer o exame», explicou.
Também entusiasmada, mas com o futuro ainda em aberto, está Isabela Carvalho, jovem norte-americana cuja mãe é portuguesa e o pai brasileiro. «Não estava à espera desta surpresa. Estou a gostar muito da experiência», disse. Quanto à possibilidade de voltar, para estudar na UAlg, Isabel deixa um «talvez», já que ainda não decidiu qual será o seu futuro.
Estes foram os visitantes que vieram de locais mais longínquos, nesta 3ª edição dos cursos de Verão. A maioria dos jovens que aderiram aos cursos são de diferentes pontos do Algarve, mas houve participantes de outras regiões, que terão tentado perceber se querem, ou não, «Estudar onde é bom viver», o slogan da UAlg.
Joana Rosa não tem dúvidas: quando se candidatar ao Ensino Superior, a sua primeira escolha será o curso de Biologia Marinha, da Faculdade de Ciências e Tecnologia.«Queria ver como funcionava a Universidade do Algarve, pois penso vir para cá estudar», disse.
A jovem escalabitana já faz contas à mudança de Santarém para o Algarve e nem o facto de não ter conseguido ter uma experiência direta com animais marinhos, na semana que passou, a desanima. O mar algarvio, esse, desfrutou-o, já que idas à praia, bem como outras atividades lúdicas, fizeram parte do programa dos Cursos de Verão da UAlg.
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(Hugo Rodrigues/Sul Informação)