Os realizadores estrangeiros estiveram em destaque na edição de 2015 do Farcume – Festival Internacional de Curtas Metragens de Faro, que decorreu de 26 a 29 de Agosto, na Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, na capital algarvia.
Os primeiros prémios das diversas categorias e os galardões especiais foram para filmes vindos de além fronteiras, mas há duas curtas algarvias galardoadas, ambas na categoria de videoclip.
A prevalência de vencedores internacionais acaba por ser natural, já que cerca de três quartos dos filmes em exibição vieram de outros países.
Em declarações ao Sul Informação, Bruno Lage, presidente da associação Faro 1540, que organiza o Farcume, fez um balanço positivo da iniciativa. «No que ao público diz respeito, estivemos ao mesmo nível do ano passado. Mas houve mais pessoas a comprar o bilhete para os quatro dias», revelou.
Nos primeiros dias de festival, o número de espectadores presentes até foi superior ao que era habitual, noutras edições, mas sábado, «que usualmente é o dia mais forte», acabou por ter menos gente do que o esperado, «porque houve a Noite Branca, em Loulé», que “desviou” muito do público do Farcume.
Um final que não foi tão em grande como a organização desejaria, mas que não tira o alento à Faro 1540, que já pensa na próxima edição. «Para o ano, o nosso grande objetivo é aumentar o número de realizadores e atores presentes, para podermos organizar tertúlias e workshops», disse Bruno Lage.
Enquanto não chega o Farcume 2016, os amantes do cinema ficam com a recordação dos filmes exibidos este ano, nomeadamente aqueles que mereceram prémios.
Na categoria com dois portugueses distinguidos, a de Videoclip, o 1º prémio foi para o trabalho «Fotos de lo que fuimos», de Francisco J. Morales (Espanha), e o segundo para «Melancholic Park», de Kai Waker (Rússia).
O 3º prémio foi para o algarvio Sonat Duyar, pelo videoclip da música «Atmosfera», de João Lum, e houve ainda uma menção honrosa para o trabalho de Rafael Correia «O Amanhã de Ontem», da banda louletana Tribruto.
Houve um terceiro filme português distinguido, neste caso com uma menção honrosa, na categoria Ficção. Rui Neto e Joana Nicolau receberam o prémio pela curta «Bestas». O primeiro prémio desta categoria foi para a obra «Willa» (Alemanha), dos realizadores Helena Hufnagel, Tina Kringer, Isabelle Bertolone e Benedikt Weber.
Na ficção, a categoria com mais trabalhos galardoados, o 2º prémio foi para o filme «With Thy Spirit», de Karim Rahbani (Líbano), e o 3º para o filme «Braxploitation», de Edem Ortegal (Brasil). Os filmes «Wut» (Sérgio Maltas, Alemanha), «Mahi va Man – O Peixe e eu» (Babak Habibifar, Irão) e «Alekto» (Thomas Kaufmann, Suiça), também receberam menções honrosas.
Na categoria de Animação, o primeiro prémio foi para uma curta em estreia mundial, o filme «Butterfly Hunter», de Min-Yu Chen (Taiwan). Em segundo, ficou «Castilho y el Armado», de Pedro Harres (Brasil), e em terceiro «Song Bird’s Shop», de Anatoliy Lavrenishyn (Ucrânia). As menções honrosas foram para os filmes «Cuerdas» (Pedro Solis Garcia, Espanha) e «Deja-Moo» (Stefan Muller, Alemanha).
Na secção de Documentário, foi o filme suíço «Alegria: A Humanitarian Expedition», de Cristoph Van Toggenburg, a vencer o primeiro prémio. Em 2º e 3º ficaram, respetivamente, «Waiting for the Train», de Panay Simon (França), e «O Anjo das Mil Pedras», de Keivan Majidi (Curdistão). As curtas «Pucara, Hacedores de Ceramica» (Carlos Garcia Cornejo, Perú) e «Poop on Poverty» (Vijay Jodha, África do Sul) receberam menções honrosas.
No que toca a prémios especiais, o do Público foi para a curta «Casitas», de Javier Marco (Espanha), e o Curtíssima foi para a obra «The Toboggan», de Richard B. Pierre (Canadá).