Cerca de 20 pessoas juntaram-se hoje à «Marcha do Pai Natal pela Suspensão das Portagens no Algarve», que teve como principal alvo o Presidente da República Cavaco Silva.
Os manifestantes fizeram o caminho entre o Algarve Shopping da Guia e o sítio da Coelha, em Albufeira, onde Cavaco Silva tem uma casa de férias, de bicicleta e em alguns veículos, para deixar na rua várias caixas e sacos com presentes, neste caso, palavras de ordem escritas em embrulhos e pedidos para que o presidente deite abaixo o Governo e a seguir se demita.
Não foram muitos aqueles que aderiram ao protesto organizado pela Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI), mas nem por isso o aparato policial foi pequeno. Em alguns momentos, deu a sensação que havia mais polícia presentes do que manifestantes. Como aconteceu a 8 de dezembro, esta iniciativa também contou com diversos cidadãos estrangeiros residentes no Algarve.
Além dos agentes, foram muitos carros e motas da GNR acompanharam a manifestação que, ao contrário da que aconteceu há menos de 15 dias atrás, não teve qualquer momento de tensão.
Na verdade, a descontração imperou e houve mesmo lugar a uma pequena encenação, em que um dos manifestantes, vestido de Pai Natal, se dirigia a outro membro da CUVI, que envergou uma máscara da cara de Cavaco Silva.
Em frente à casa de férias do Presidente, que foi cercada por uma fita da polícia que impedia o acesso ao passeio fronteiro ao muro da propriedade, no meio da estrada, o “Pai Natal” foi retirando cartolinas, com recados para o Chef-de-Estado, que lembravam, entre outras coisas, os números da sinistralidade na EN125 e do desemprego no Algarve.
Outro elemento da CUVI leu uma carta, em jeito de manifesto, que também foi deixado com as demais prendas no passeio do lado oposto da estrada. Aqui pedia-se a queda do Governo e do Presidente, pelos prejuízos causados ao País, em particular à região algarvia. O caso BPN também não foi esquecido.
«Estamos aqui para provar que vale a pena lutar. Muita gente telefona-nos a perguntar qual o ponto da situação da luta contra as portagens. E havia aqueles que ao início mandavam algumas bocas e agora reconhecem que nós temos razão», referiu José Domingos, um dos dinamizadores da CUVI.