A Fóia é conhecida por ser um miradouro do Algarve mas, de Monchique, pouco se vê do topo dos 902 metros de altura. No entanto, em breve, isto vai mudar. A Fóia passará a ser também um miradouro privilegiado sobre os costumes, as tradições, a fauna e a flora do concelho onde se ergue o ponto mais alto a sul do Tejo, com a abertura ao público de um centro interpretativo, que foi apresentado na passada sexta-feira.
Em dia de visita oficial da Secretária de Estado do Turismo ao concelho de Monchique, ficaram a conhecer-se mais pormenores sobre o Centro Interpretativo da Fóia, um projeto que Rui André, presidente da Câmara, já tenta implementar há algum tempo e que, segundo o autarca, deverá avançar nos próximos seis meses.
«Esta era uma ideia que tem vindo a ser maturada e está, nesta fase, em concurso público, logo temos seis meses para a sua execução. No limite desse tempo teremos esse espaço aberto ao público», adiantou Rui André.
A Fóia é o ponto mais visitado do concelho de Monchique e, por isso, a localização do centro interpretativo acaba por ser, para o presidente da Câmara, uma escolha óbvia. «Era quase obrigatório que a Fóia, que já é o sítio mais visitado do concelho, tivesse ali um espaço de informação para que, quem ali vai, fique a conhecer Monchique. Este espaço será uma montra para que, a partir dali, as pessoas visitem o concelho».
No entanto, o Centro Interpretativo da Fóia será mais do que um espaço físico. Rui André quer que a nova valência sirva para desenvolver várias atividades que possam ajudar a preservar os costumes e tradições da serra algarvia.
«Queremos dinamizar mensalmente um workshop naquele local. Um workshop “saber fazer”, onde propomos que os nossos artesãos participem, para que seja feito um registo fotográfico e em vídeo desses momentos para, depois, colocá-los num livro. Isto permite-nos que as atividades que ali vão ser demonstradas – como a construção de paredes em taipa, a renda, o mel… – possam ser “exploradas”, não só, do ponto de vista turístico, mas também no aspeto técnico, para que se possa potenciar emprego nestas áreas».
Rota das destilarias também foi apresentada
Para além do Centro Interpretativo da Fóia, foi apresentada, também na sexta-feira, a rota das destilarias. 33 produtores de aguardente de medronho entram na edição de 2012 de um roteiro que pretende dar a conhecer o processo de fabrico de um dos produtos mais característicos da serra algarvia.
«Na rota das destilarias, estão apresentados 33 produtores, mas não estão todos. Esta é a edição de 2012 e, em 2013, haverá mais», perspetiva o autarca monchiquense que explica a razão do lançamento desta rota.
«A rota das destilarias pretende dar a conhecer estes espaços idílicos, onde trabalham os “alquimistas do medronho” e permite que as pessoas possam ali desfrutar dos aromas e de todo aquele cerimonial à volta da produção de medronho. São momentos importantes e únicos e só experimentando os cheiros e falando e embrenhando-se com as pessoas é que é possível conhecer esta cultura que nos faz diferentes», conclui Rui André.