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O grupo Sunqur Sa’di Ensemble vai estar no Cine-Teatro Louletano a 28 de janeiro, às 21h30, para apresentar um espetáculo de danças tradicionais do Egito, integrado no 12º Festival de Música Al-Mutamid.

“Tanoura dança” é a designação deste espetáculo cuja origem está intimamente relacionada com a dança sufí Mawlawi, que através dos seus giros conectam-se com o céu e com a espiritualidade.

Voltas intermináveis, com um vestido multicolor do bailarino que cria a ilusão de um caleidoscópio humano, esta dança pode ser observada sobretudo durante a Mooled, festividades que têm lugar na cidade do Cairo islâmico, e ultimamente, em todo o mundo em eventos culturais e festivais.

Neste momento serão ainda interpretadas Dança Saidi, com origem no Alto Egito e que representa a luta dos homens com o seu tahtib (bastão), uma dança muito enérgica, que com os seus saltos segue o ritmo do tabal e do mizmar, e Dança Núbia, do sul do Egito e parte do Sudão, com ritmos contagiantes e animados e movimentos delicados e fluidos.

O grupo é composto por Emad Silim (bailarino), Ali Damoun (tabal, bendir, darbouka e coros), Abdel Louzari (violino e canto) e F. Depiaggi (ney, mizmar e mijwiz).

Os bilhetes para este espetáculo custam 10 euros.

O Festival de Música Al-Mutamid pretende recordar o rei poeta Al-Mutamid, filho e sucessor do rei de Sevilha Al-Mutadid. Muhammad Ibn Abbad (Al-Mutamid) nasceu em Beja (1040) e foi nomeado governador de Silves com apenas 12 anos, tendo aí passado uma juventude refinada. Em 1069 acedeu ao trono de Sevilha, o reino mais forte entre os que surgiram em Al-Andaluz após a queda do Califato de Córdoba. Em 1088 foi destronado pelos almorávides e recluído em Agmat, a sul de Marrakech onde viria a falecer em 1095. O seu túmulo, conservado até hoje, tornou-se símbolo dos mais belos tempos de Al-Andaluz.

O que se pretende com este Festival é dar a conhecer ao espetador o que foi a música andalusa, com atuações de grupos que se especializaram no resgate dos sons de Al-Andaluz: música árabe, em especial de Marrocos, e grupos que interpretam com esmero a rica tradição do oriente muçulmano, bem como peças do medievo e renascimento europeus.

Esta iniciativa visa resgatar e divulgar a música e a poesia que durante séculos inundou bazares, medinas e palácios, mas também responder a uma oferta turística dotada de peso cultural, complemento das ofertas tradicionais, dando a conhecer povoações e outros lugares de interesse que, por diversas razões, estão ligadas à civilização andalusa.

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