Os deputados do PSD eleitos pelo Algarve Cristóvão Norte e José Carlos Barros defendem que não há razões para não baixar as portagens, «após uma renegociação da PPP concluída com êxito, em Agosto de 2015» e afirmam-se perplexos com a notícia do aumento da portagem em 5 cêntimos (classe 4), proposto para o troço da Via do Infante entre Tavira e Monte Gordo, determinado pela Infraestruturas de Portugal na sua atualização anual de taxas a cobrar nas autoestradas.
Os social-democratas dizem que o seu espanto é grande e que «os algarvios não compreendem», até porque «as forças políticas que elegeram deputados pela região se comprometeram a reduzir ou abolir as mesmas». E frisam que, dos três partidos que viabilizaram o atual Governo, «dois prometeram a abolição e um – o PS – comprometeu-se a realizar uma redução na ordem dos 50 por cento, sendo que, de imediato, tal redução não seria menor que 30%, o que ainda não aconteceu».
Na realidade, tanto o Bloco de Esquerda, como o PCP já apresentaram iniciativas parlamentares no sentido de ver as portagens abolidas, que deverão ser discutidas e votadas ainda este mês. No primeiro caso, trata-se de um projeto de lei que determinará o fim imediato das portagens, caso seja aprovado. Os comunistas apresentaram um projeto de resolução, que não é vinculativo, mesmo se for aprovado.
O sentido de voto do Partido Socialista ainda não é claro, embora os deputados socialistas eleitos pelo Algarve mantenham a posição de que deverá haver uma redução, falando em «caminhar progressivamente para a abolição».
Para já, os dois deputados social-democratas questionaram o Governo PS sobre se vai proceder à revisão das taxas de portagens praticadas na Via do Infante e quando, bem como «se assume o compromisso de proceder a uma alteração do método de pagamento de modo a atenuar os estrangulamentos verificados no acesso por Espanha».
O atual Governo PS tomou posse no final de Novembro, na sequência das eleições de 4 de Outubro, sucedendo a um (curto) Governo liderado pelo social-democrata Passos Coelho, que havia sido reconduzido no cargo ainda em Outubro, depois de ter sido primeiro ministro durante os quatro anos anteriores.