Os deputados do PS eleitos pelo Algarve sondaram o IAPMEI e o Turismo de Portugal, em duas cartas distintas, sobre a possibilidade de se criarem linhas de apoio específicas, direcionadas aos empresários de Albufeira afetados pela intempérie do dia 1 de Novembro, ao abrigo de programas já existentes.
Os parlamentares socialistas identificaram «omissões» na resolução do Conselho de Ministros de 5 de Novembro, que definiu as medidas de emergência para fazer face aos avultados prejuízos causados pelo temporal e pelas cheias, nomeadamente no que toca a apoios específicos para os setores do comércio e do turismo.
Os danos reportados às seguradoras por parte de diversos agentes económicos, recordam, «terão ultrapassado os 10 milhões de euros». Razão pela qual consideram necessário encontrar meios suplementares para ajudar à recuperação da atividade económica, na Baixa de Albufeira.
«Queremos que haja o aproveitamento de todas as medidas ao dispor que possam ajudar à recuperação das empresas e à criação de emprego», resumiu o deputado José Apolinário, que encabeçou a lista do PS pelo Algarve à Assembleia da República nas Legislativas de Outubro, em declarações ao Sul Informação.
Na missiva enviada ao presidente do conselho diretivo do Instituto de Apoio a Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI), os deputados defendem a «urgência na abertura de um aviso específico no âmbito da iniciativa “Comércio Investe”, direcionada a empresários que tenham sido prejudicados pela intempérie».
«Estamos certos que, nesta fase dos acontecimentos, além do papel e intervenção dos seguros, é importante que, com o setor, nomeadamente a ACRAL e outra associações de comerciantes e o município de Albufeira, se disponibilizem e apresentem aos interessados todas as alternativas possíveis», lê-se na carta dirigida ao IAPMEI.
Segundo José Apolinário, este programa «permite dois tipos de apoios: individual e coletivo». «Ao individual, podem concorrer empresas, sozinhas, com vista à redinamização da atividade económica. O apoio é até 30 por cento, a fundo perdido, num valor máximo de 45 mil euros», disse.
Já a linha destinada a projetos coletivos visa apoiar propostas de «animação e dinamização social». «É preciso trazer as pessoas de volta à Baixa de Albufeira», considerou.
No caso das empresas ligadas ao setor turístico, os socialistas recordam que o Turismo de Portugal «tem ativas linhas de apoio à tesouraria e consolidação financeira, entre outras, cuja implementação, com as necessárias adaptações à situação concreta verificada em Albufeira, será certamente mais uma possibilidade de apoio e minimização da intempérie na atividade económica».
Neste caso, os apoios não são a fundo perdido, mas podem ser uma forma de ajudar pequenas e médias empresas a colocar-se, novamente, de pé. «Temos de lançar uma bolsa de oxigénio para muitas das pequenas empresas que operam na zona afetada, que não conseguirão subsistir sem ela, mesmo com o dinheiro dos seguros», defendeu José Apolinário.
Apesar da indefinição quanto ao futuro Governo, José Apolinário considera que isso não impede que estas medidas «possam e devam começar a ser preparadas desde já», e que a sua implementação «se enquadra, claramente, dentro das competências de um Governo de gestão».