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Apesar da instalação de um retransmissor na Picota, feita na última semana pela PT, uma parte dos moradores do concelho de Monchique vão ficar, a partir das 11 horas desta segunda-feira, dia 23 de janeiro, sem televisão, devido ao desligamento do sinal analógico.

O “apagão” não afetará apenas Monchique, mas parte dos vizinhos concelhos de Aljezur, em especial na zona de Odeceixe, Odemira, Ourique e Silves, que passarão a dispor apenas de Televisão Digital Terrestre (TDT).

O presidente da Câmara de Monchique salienta que, tendo partido «de um cenário inicial bastante preocupante e uma taxa de cobertura mínima, hoje e com a instalação do repetidor da Picota, garante-se uma taxa de cerca de 90% da população».

Mesmo assim, salienta o autarca, ainda há muitas pessoas, na sua maioria «idosos com dificuldades económicas», que «estão fora da zona de cobertura TDT terrestre e que terão necessidade de adquirir equipamentos de receção do sinal por satélite»

Ora, a aquisição do equipamento para receção de satélite e a respetiva instalação custam cerca de 100 euros, o que é incomportável para a maioria dessas pessoas afetadas.

Rui André exige, por isso, o reforço do sinal da TDT nas zonas de maior densidade populacional, tal como já aconteceu para a parte da urbana da vila de Monchique, que deixou de ficar numa zona de “sombra” do sinal da TDT terrestre através da instalação de um retransmissor na encosta da Picota pela PT.

O autarca manteve, na quinta-feira da semana passada, em Monchique, uma reunião com o diretor da ANACOM. Eduardo Cardadeiro deslocou-se ao Algarve para se reunir com Rui André individualmente e ainda com a Junta Metropolitana do Algarve (AMAL), em Faro.

Além do emissor analógico da Fóia, que será desligado às 11 horas desta segunda-feira, também os retransmissores analógicos de Santiago do Cacém, Cercal do Alentejo, Odemira, Odeceixe, Aljezur e Silves, deixarão de emitir, para dar lugar à implementação da Televisão Digital Terrestre (TDT).

Este desligamento terá efeitos nos concelhos de Monchique, Aljezur, Albufeira, Lagoa, Lagos, Portimão, Silves, Vila do Bispo, no Algarve, e ainda Aljustrel, Odemira, Ourique, Grândola, Santiago do Cacém e Sines, no Alentejo.

Segundo revelou Eduardo Cardadeiro, num almoço em Portimão, na quinta-feira, com jornalistas, na área de influência do emissor da Fóia residem 110 mil famílias, das quais 70 mil têm televisão paga e as restantes 40 mil recebiam o sinal analógico. São essas que agora terão de migrar para o serviço da TDT.

Para uma parte destas pessoas, porém, não basta apenas ter um aparelho de televisão preparado para a TDT ou comprar um descodificador de sinal, por 25 euros. Algumas residem em zonas onde o acesso ao sinal digital terá de ser feito recorrendo a satélite, o que representa alguns custos acrescidos.

«Está previsto que 90% da população do país terá cobertura TDT», enquanto apenas 10% das pessoas estarão em zonas DTH, com receção por satélite, garantiu o diretor da ANACOM.

«O dramatismo que se colocou em torno da questão do satélite acabou por ter um mau contributo para este processo», salientou.

Apesar de, à primeira vista, os custos para quem tem de recorrer à receção do sinal digital de televisão por satélite não serem muito superiores, a verdade é que a TDT “normal” custa entre 25 e 70 euros e a DTH obriga a gastar pelo menos 100 euros.

«Para uma população envelhecida, que vive com reformas muito baixas, é um custo incomportável», garante Rui André, presidente da Câmara de Monchique.

Por isso, o autarca diz que não baixará os braços enquanto não conseguir que a PT reforce o sinal TDT para todo o concelho serrano.

Eduardo Cardadeiro, por seu lado, disse aos jornalistas que o que o contrato com a PT exige é uma taxa de cobertura da TDT em todo o território nacional de 90%, o que está a acontecer. «Não é exigível que a PT garanta mais cobertura, mas nada o impede», esclareceu. «A PT pode ir acrescentando emissores, retransmissores, na sequência dos contactos que vai mantendo com as autarquias» e à medida que vão sendo detetadas necessidades concretas de alguns locais.

Depois do desligamento do emissor da Fóia que hoje terá lugar, a restante metade do Algarve e do Alentejo, servida pelo emissor analógico do Cerro de S. Miguel, só será abrangida pela TDT a partir de 26 de abril, na última fase de desligamento do sinal analógico e de passagem para a TDT.

A primeira fase da TDT começou no dia 12 de janeiro, com o desligamento do emissor de televisão analógica de Palmela, que servia a península de Setúbal e alguns concelhos alentejanos e termina agora, a 23 de janeiro, com o desligamento do da Fóia.

A segunda fase terá lugar a 22 de março e passa pelo desligamento dos emissores e retransmissores das regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

A última fase, que abrangerá o retransmissor de S. Miguel, no Algarve, está marcada para 26 de abril.

 

 

 

Alguns dados e dicas

30% das pessoas em Portugal não têm televisão paga, sendo na sua maioria pessoas com nível etário mais elevado, menores rendimentos e iliteracia elevada.

Se não tem televisão paga (tv por cabo), antes de gastar dinheiro com os equipamentos, verifique a sua morada, telefone parta a linha gratuita (800 200 838) ou vá ao site da TDT verificar se a zona onde reside tem cobertura.

 

O que se ganha com a TDT?

– acesso generalizado e gratuito à televisão – ao contrário do que as pessoas dizem, com os emissores e retransmissores da televisão analógica, há muitas zonas do país onde não há televisão gratuita ou onde o serviço não é recebido com boas condições. Com a TDT (por via terrestre ou em receção por satélite) o território ficará todo coberto pela televisão e em boas condições

– Com o desligamento do sinal analógico de televisão há uma grande libertação de frequências de canais radioelétricos, que podem ser utilizados por outros serviços. Por exemplo, passa a haver canais disponíveis para canais regionais. Ou poderá assegurar-se banda larga nas zonas rurais.

 

O que é a TDT?

Atualmente, quem vê gratuitamente os 4 canais de televisão (5 nos arquipélagos), recebe essas emissões através de uma antena que capta um sinal analógico.

A TDT – Televisão Digital Terrestre – é uma nova tecnologia de teledifusão terrestre em sinal digital que funciona também através de antenas e que irá substituir a atual teledifusão analógica terrestre (televisão “tradicional”).

A TDT permite uma utilização mais eficiente do espetro radioelétrico, razão pela qual a Comissão Europeia determinou que esta tecnologia fosse obrigatoriamente introduzida em todos os países da União Europeia e estabeleceu um prazo (até 2012) para o switch-off – desligamento – da atual transmissão analógica.

A Portugal Telecom instalou toda a infraestrutura de rede necessária para cobrir todo o país com Televisão Digital. A partir da data de switch-off (desligamento), o utilizador da televisão “tradicional” necessita obrigatoriamente de dispor do equipamento apropriado à receção do sinal digital para continuar a ter acesso aos canais nacionais de televisão em sinal aberto.

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