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Apresentação-Rota-da-Dieta-Mediterrânica_1Em muitos casos, ela já lá está, seja na gastronomia, seja nos produtos locais, ou até mesmo no património, mesmo que quem com ela convive não se aperceba.

Agora, há que assumir a herança da Dieta Mediterrânica e promovê-la, para que se possa tornar um produto turístico e ajudar a economia. Foi para isso que nasceu a Rota da Dieta Mediterrânica (RDM).

Restauração, artesanato, produtos da terra e património são as quatro valências desta rota, que tem vindo a ser estruturada num trabalho coordenado pela associação In Loco, mas que envolve diretamente diversas entidades, os membros da Comissão Regional da Dieta Mediterrânica, responsáveis pela elaboração e dinamização de um Plano de Salvaguarda desta herança cultural.

A maioria delas esteve presente na apresentação da RDM, que decorreu esta quinta-feira nas instalações da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, em Faro. Esta sessão serviu para apresentar o que foi conseguido até agora, mas também o que se pretende fazer, no futuro.

O grande objetivo desta rede, que se quer inclusiva, é aproveitar os recursos disponíveis, ligados a esta herança cultural algarvia, e usá-los para aumentar a atratividade turística da região, inovar sobre os produtos tradicionais e criar emprego.

«Temos tudo o que é preciso para transformar a nossa Dieta Mediterrânica em mais uma linha de negócio e atração do Algarve», afirmou Artur Gregório, da In Loco, durante a apresentação da RDM.  O coordenador de projetos da In Loco considera que esta rede pode ser uma “arma” para combater «o grande flagelo do Algarve», que considera ser «a forte sazonalidade», já que, estruturando novas ofertas e produtos, «podemos conseguir uma maior dinâmica, durante todo o ano».

Neste momento, está tudo pronto para lançar cá para fora a rota e já houve 27 entidades que celebraram protocolo com a rota e terão direito a ostentar o selo RDM, que atesta que a atividade que desenvolvem «é representativa da Dieta Mediterrânica». Alguns deles já receberam este selo ontem, no final da sessão.

A rota irá passar nos 16 municípios algarvios, já que a In Loco fez questão de arranjar «um conjunto mínimo de parceiros» em cada concelho da região.

Quem é oficialmente reconhecido como sendo “embaixador” da Dieta Mediterrânica, no Algarve, tem diversas vantagens. A rota, assente numa candidatura da CCDR do Algarve ao PO Algarve 21 de 500 mil euros, funcionará como uma rede e terá uma comunicação central, a cargo da empresa algarvia LCPA.

Apresentação Rota da Dieta Mediterrânica_2Isso passou pela criação de muito material promocional, que se espalhará um pouco por todo o Algarve, mas também por outros pormenores, como individuais de mesa e ementas da RDM, entre outros, que os parceiros poderão utilizar. Já em circulação, está uma publicidade à rota, no vidro traseiro de dois dos autocarros que ligam Faro ao Aeroporto, campanha que durará três meses.

Mas o principal espaço de promoção desta rede e dos seus membros será o site da rota, que está «em fase de conclusão, devendo estar cá fora na semana que vem», mas ao qual já é possível aceder, segundo Luís Caracinha, da LCPA. Aqui, os que procurem conhecer melhor a Dieta Mediterrânica algarvia podem saber onde há parceiros da rota, onde estão e o que têm para oferecer.

Em Tavira, que foi a comunidade representativa da candidatura vencedora da Dieta Mediterrânica portuguesa a Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, existirão dois circuitos específicos, um mais ligado ao mar, o outro mais ligado às zonas do interior. A mesma lógica será aplicada no resto da RDM, mas de uma forma global, não concelho a concelho.

 

Comunicar para fora e…para dentro

Dieta Mediterrânica 2A In Loco foi a entidade responsável pelo trabalho técnico, no terreno, e fez um levantamento exaustivo daquilo que já há no terreno, relacionado com a Dieta Mediterrânica, sempre com a perspetiva de esta é «encarada como um estilo de vida e não apenas um regime alimentar».

Apesar desta ser uma mensagem que tem vindo a ser repetida nos últimos anos, principalmente a partir do momento da aprovação da candidatura da Dieta Mediterrânica a Património da Humanidade, nem todos tem noção da sua transversalidade. Às vezes, nem mesmo os seus “guardiões”.

«Entrámos em muitos locais em que a Dieta Mediterrânica estava presente em todo o lado, mas as pessoas diziam-nos que não tinham nada com ela relacionada. Tínhamos de ser nós a apontar e a dizer-lhes que sim, tinham», contou Artur Gregório.

Este é um dos trabalhos a que os diferentes parceiros se irão dedicar, daqui para a frente. Até porque já está na calha a candidatura a Fundos Comunitários de uma nova fase do projeto, neste caso tendo em vista a sua consolidação, «que será, provavelmente, a CCDR do Algarve a apresentar», segundo o presidente desta entidade David Santos.

«Este trabalho não pode parar com o final deste Quadro Comunitário de Apoio. Há que continuar a defender a Dieta Mediterrânica, até pela sua transversalidade», acrescentou.

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