Os donos das embarcações ilegalmente fundeadas frente aos Mercados de Olhão, na zona que fica entre o Porto de Recreio e o porto de pesca artesanal, têm de os retirar do local até final de Agosto, sob pena de ver as suas embarcações rebocadas e serem multados, avisou a Docapesca, num edital publicado no passado dia 18.
No dia 1 de Setembro, será lançada uma operação conjunta da Docapesca e da Autoridade Marítima, para retirar do local as embarcações que não sejam voluntariamente movidas pelos donos e remover as bóias e as poitas que ainda ali se mantiverem.
Se as autoridades tiverem de rebocar as embarcações, avisa o Capitão do Porto de Olhão e comandante local da Polícia Marítima Rui Nunes Ferreira, verão o seu barco apreendido e incorrem, desde logo, «numa multa nunca menor do que 400 euros». Também as despesas decorrentes da remoção dos barcos serão imputadas aos proprietários, avisa a Docapesca, no edital que lançou.
Para as duas entidades, a situação ideal seria a retirada voluntária dos barcos. Nesse sentido, levaram a cabo uma operação conjunta, na sexta-feira passada, «com o objetivo de informar e avisar os donos das embarcações que se encontram ilegalmente fundeadas/poitadas ao largo do Mercado de Olhão».
Na altura, revelou ao Sul Informação o comandante Nunes Ferreira, estavam cerca de uma dezena de embarcações fundeadas no espaço entre os dois portos existentes na frente de Ria da cidade de Olhão, em situação ilegal, «três veleiros e seis pequenas embarcações». Na segunda-feira, a situação pouco tinha mudado, como o nosso jornal verificou no local, mas também é certo que ainda há tempo para que os barcos sejam retirados.
Caso isso não aconteça, a Polícia Marítima irá levar a cabo «uma ação semelhante à que foi levada a cabo no Recovo da Culatra», local situado na ilha-barreira com o mesmo nome onde estiveram fundeadas dezenas de embarcações, algumas mais de 30 anos. A 22 de Abril, e depois de ter dado um período para a retirada voluntária, a Autoridade Marítima rebocou os barcos que ainda se encontravam no local, apesar da resistência de um dos proprietários, que acabou detido.
A zona frente aos Mercados de Olhão, mais precisamente do Mercado do Peixe, é outro local onde é habitual haver barcos fundeados de forma ilegal.
Onde também se costumam juntar muitas embarcações, algumas de grande porte, é no canal de navegação junto à ilha da Culatra. Neste caso, disse Nunes Ferreira, não está prevista uma ação do mesmo tipo, mas sim um ordenamento do estacionamento marítimo, com colocação de bóias que poderão vir a ser alugadas.
Para isso, «está já a ser preparado um concurso público», que será lançado pela Docapesca, uma das entidades que partilha a gestão deste canal da Ria Formosa.