A exposição de fotografia «Luta contra Fome», patente no átrio da Empresa Municipal de Águas e Resíduos de Portimão (EMARP), até dia 4 de janeiro, é pretexto para uma recolha de alimentos, numa parceria com o Banco Alimentar Contra a Fome do Algarve.
Esta exposição, que apresenta fotos da autoria de Malin Lofgren, uma jornalista sueca que vive há muitos anos no Algarve, reflete o trabalho desenvolvido pelo Banco Alimentar no Ano Europeu do Combate à Pobreza e Exclusão Social (2010) e no Ano Europeu do Voluntariado e da Cidadania Ativa (2011) com o intuito de registar, através da fotografia, «o trabalho em prol do outro que se só consegue realizar, juntando forças. É intenso. É contagiante. É para o bem de todos».
Trata-se de uma mostra inaugurada poucos dias antes de mais uma campanha de recolha do Banco Alimentar a nível nacional, marcada para o próximo fim de semana, dias 1 e 2 de dezembro.
«Na recolha alimentar são 48 horas quase ininterruptas de colaboração e de partilha juntando miúdos e graúdos que se empenham, lado a lado, do amanhecer até ao cair da noite, nos meses de maio e de novembro, para recolher géneros alimentares à entrada dos supermercados na região do Algarve.
Objetivo: a entrega dos alimentos recolhidos aos menos afortunados para que possam ter comida em cima da mesa todos os dias e viver com mais dignidade.
Iniciam-se as atividades pela manhã, cedo, numa organização e coordenação invejável de grupos de intervenção, desde escuteiros, catequistas e associações de solidariedade social, até pessoas mais idosas e pessoas anónimas, estrategicamente espalhadas pelo território (em estreita colaboração com os estabelecimentos comerciais), devidamente identificados e preparados com os sacos do BA na mão, para apelar à importância de ajudar as pessoas necessitadas e contribuir para uma sociedade mais justa.
Estende-se a mão para dar e receber. Sempre com um sorriso. Num ato altruísta.
Assegurando o transporte dos alimentos, juntam-se grupos de motards, os CTT, a Cruz Vermelha, entre outros, para levar os carros de compras até aos veículos que põem à disposição ao BA. Revezam-se a carregar os géneros, faça chuva ou faça sol, para que tudo chegue atempadamente ao Armazém.
Horas e horas de costas dobradas na triagem dos alimentos, a colocar tudo nas estações indicadas para que os alimentos básicos como o arroz, a massa, o óleo alimentar, a farinha, o grão e o leite sejam empacotados, embalados, pesados e armazenados. Mais parece um formigueiro numa atividade (quase) sem parar. Uma verdadeira cadeia humana. Um movimento constante, um fluxo ininterrupto, num ambiente de camaradagem onde as fardas de Senhor Doutor e do Zé da Esquina são despidas à porta e onde todos estão em pé de igualdade.
Como o descanso também é preciso, e bem merecido, os voluntários são convidados a assistir durante o trabalho no Armazém a momentos musicais e atuações de dança, juntando o útil ao agradável.
Numa luta contra a exclusão social e contra a pobreza, para uma sociedade mais humanizada, o trabalho das centenas de voluntários do Banco Alimentar Contra a Fome do Algarve vai muito para além das duas recolhas anuais a nível nacional. Prolonga-se durante o ano todo. Ocorre todos os dias.
Obrigado. É de longe a palavra mais utilizada neste apelo gigante à solidariedade e à humanização da sociedade que é a intervenção do Banco Alimentar Contra a Fome do Algarve em contacto direto com a comunidade através de centenas de voluntários todos os anos na recolha de alimentos. O esforço de todos é que torna possível esta missão.
Obrigado a todos por Alimentar esta Ideia!»