O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR Algarve) iniciou esta semana um conjunto de visitas a empresas da designada economia do mar, tendo como ponto de partida os projetos nos estaleiros de Vila Real de Santo António e Lagos, considerados «dois bons exemplos» que estão ser concretizados com o apoio de fundos comunitários, através do PO Algarve 21 no âmbito do QREN.
«O Algarve mostra que tem condições únicas para fazer diferente. O mar, a náutica de recreio, as marinas, a aquacultura são pontos fortes que contam a nosso favor. São investimentos que criam emprego, acrescentam valor, combatem a sazonalidade e revelam a excelência da nossa náutica de recreio à escala internacional», salientou David Santos, à margem da visita.
Exemplo disso é a Sopromar, «uma empresa familiar com largos anos de experiência na área de serviços de apoio à náutica que está a construir um novo Centro Náutico nos estaleiros, em Lagos, onde irá dispor de condições para ser das mais bem apetrechadas apetrechadas infraestruturas do país e da Europa», acrescentou o presidente da CCDRA.
O projeto inclui um Centro Náutico que permitirá a prestação de um conjunto integrado de serviços ao turista náutico, ao nível da assistência às embarcações (parqueamento, manutenção, reparação e construção) e disponibilizará de condições logísticas para a permanência de tripulações (turistas náuticos), loja e serviços até agora dispersos por três edifícios.
Trata-se de um investimento no montante de 2,4 milhões de euros, co-financiado a 75%, que deverá estar concluído no próximo verão.
O estaleiro beneficia ainda da sua localização, que faz com que seja o primeiro porto seguro e uma entrada para quem vem da costa ocidental da Europa.
Mas David Santos, igualmente gestor do PO Algarve 21, visitou ainda o estaleiro da Nautiber em Vila Real de Santo António, onde verificou os investimentos, constatou a capacidade construtiva e tomou contacto com a realidade da empresa algarvia que tem procurado nichos de mercado no mundo dos barcos a motor, e desde há alguns anos se tem focado na construção naval e em particular nos catamarãs (embarcações de dois ou mais cascos) de grande porte.
Agora pretende reforçar a sua capacidade competitiva apostando na internacionalização, concretamente nos mercados de Angola e Moçambique.
«No mercado dos grandes catamarãs, até ao milhão e meio de euros, somos neste momento praticamente únicos na Europa», referiu Rui Roque, engenheiro naval e o principal dinamizador da empresa.
Este construtor é também o fornecedor de catamarãs e de embarcações a empresas de passeios marítimo-turísticas, como são os casos da Mares Maravilhosos, em Portimão, Jamanta/Animaris, em Faro, Wildcat/Varzeamar, em Albufeira., Adventure Cruises, em Lagos, beneficiários do Sistema de Incentivos SI Inovação do QREN, a maioria co-financiados a 75%, que no total realizaram investimentos superiores a 5,5 milhões de euros.
Até ao final de Agosto deste ano, o Programa Operacional do Algarve (PO Algarve 21) aprovou um total de 539 projetos , dos quais 52 são de natureza empresarial.
O financiamento FEDER total do PO Algarve 21 ascende a mais de 179,2 milhões de euros.
«Para o próximo período de programação 2014-2020, o Mar é uma área estratégica onde devemos continuar a apostar», concluiu o presidente David Santos.