A escrita do Sudoeste estar em destaque no centro histórico de Loulé. A exposição “Quem nos escreve desde a serra” vai estar patente na Avenida José da Costa Mealha, de 18 de Março a 18 de Maio, numa iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Loulé e do Projeto Estela, que estuda este património histórico intimamente ligado ao interior do concelho.
«Esta exposição de rua itinerante pretende levar o espaço cultural “Museu” para fora de portas, interagindo com o espaço público da cidade, e garantir um acesso mais democrático à cultura, encontrando-se disponível em qualquer horário. Assim, pretende-se que as pessoas se apropriem e sintam este importante património cultural como sendo seu», segundo a autarquia louletana.
Os vestígios que nos ficaram desta escrita, a mais antiga conhecida da Península Ibérica e que ainda continua a ser decifrada pelos investigadores, são um elemento central da exposição. A mostra também se debruça sobre a Idade do Ferro, revela onde habitavam, como viviam e morriam essas comunidades, que viveram na Serra do Caldeirão há 2500 anos, além de dar a conhecer os seus investigadores e os conjuntos arqueológicos conhecidos em Loulé e a importância do Museu Nacional de Arqueologia na preservação e investigação destes materiais arqueológicos.
«Os conteúdos são sucintos e concentrados na transmissão das ideias principais, num discurso contemporâneo e criativo que satisfaz mais do que um tipo de visitante, ou seja, é transversal nas faixas etárias, no nível de conhecimento e nos graus de interesse. Assegurou-se ainda que a exposição não tem constrangimentos de acessos e horário, proporcionando ao visitante uma curta duração no tempo de visita. Refira-se ainda que esta é bilingue (português e inglês), permitindo uma compreensão dos conteúdos por visitantes estrangeiros», descreveu a Câmara de Loulé.
De forma complementar à exposição foram realizadas abordagens de arte contemporânea sobre o tema. O artista plástico El Menau e Ângela Menezes apresentam, cada um, um painel com uma pintura mural e uma instalação, no espaço contíguo à exposição.
Ângela Menezes criou ainda uma instalação contemporânea que representa as vogais da escrita do Sudoeste (AEIOU), realizada com ferro de obra e redes de pesca reutilizadas, «que não só complementa o conteúdo da exposição como cativa visualmente quem visita e transita naquele espaço».
Segundo a Câmara de Loulé, a Escrita do Sudoeste é «uma imagem de marca da serra que separa o Algarve do Alentejo e um símbolo privilegiado da herança histórica da região».