O sábado será de continuação de tempo frio, que poderá apresentar-se com períodos de muita nebulosidade no Baixo Alentejo e Algarve e com possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos e dispersos, que até poderão ser de neve na Serra de Monchique.
As temperaturas previstas no site do Instituto Português do Mar e do Ambiente (IPMA) não são demasiado baixas (9ºC de máxima e 5ºC de mínima), mas referem-se à vila de Monchique, que fica 300 metros abaixo do Alto da Fóia.
Bruno Gonçalves, meteorologista amador e responsável pelo site Meteofontes, «a previsão de neve é “no limite”, digamos. Temos muito frio instalado, mas, normalmente, quando aparece precipitação, a temperatura tende a subir. Neste caso, os aguaceiros que já vêm a caminho do Algarve, se cá chegarem e se encontrarem as devidas condições de temperatura, poderão cair sob a forma de flocos de neve na Serra de Monchique».
Bruno Gonçalves duvida, porém, «que dê para acumular alguma coisa». Ou seja, mesmo que neve, ela poderá derreter rapidamente, não chegando a ficar acumulada e a formar um manto branco. Uma má notícia para os algarvios, que gostam de rumar ao Alto da Fóia sempre que neve…e é tão raro isso acontecer.
A última vez que caiu neve a sério na Serra de Monchique foi no dia 29 de Janeiro de 2006. Foram dias de muito frio, que levaram a neve também à Serra do Caldeirão, fazendo as delícias dos algarvios.
Segundo a previsão do IPMA para sábado, dia 7 de Fevereiro, prevê-se também acentuado arrefecimento noturno com formação de geada, em especial nas regiões do interior, bem como neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais.
Quanto ao vento, será em geral fraco (inferior a 20 km/h) do quadrante norte, soprando moderado (20 a 35 km/h) nas terras altas, rodando para o quadrante leste a partir da tarde.
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, o tempo tão frio, anormal para a época, deverá manter-se no território do continente até dia 10 de Fevereiro (próxima terça-feira) devido à passagem de uma massa de ar frio.
Esta situação já levou a Direção-Geral da Saúde e a Autoridade Nacional de Proteção Civil a fazerem recomendações à população. Um dos principais cuidados a ter é na forma como se aquece as casas.
A ANPC recomendou à população especial cuidado com o perigo das intoxicações por inalação de gases, devido a inadequada ventilação, em habitações onde se utilizem aquecimentos com lareiras e braseiras, com o piso escorregadio e acumulação de neve ou gelo.
A ANPC recomendou também especial atenção aos grupos populacionais mais vulneráveis, crianças, idosos e pessoas portadoras de patologias crónicas e população sem-abrigo.
Também a Direção-Geral da Saúde recomenda no seu site cuidados com o frio, em especial as crianças, idosos, doentes crónicos (principalmente com problemas respiratórios e cardiovasculares), os sem-abrigo e pessoas cuja habitação tenha mau isolamento térmico.
A DGS aconselha também a população a verificar a manutenção dos equipamentos utilizados para aquecimento antes de os utilizar, cuidados com a utilização de lareiras, braseiras, salamandras ou equipamentos a gás.
Recomenda-se, ainda, correta ventilação das divisões de forma a evitar a acumulação de gases nocivos à saúde e a verificação dos equipamentos de aquecimento antes de deitar ou sair de casa.
A DGS refere igualmente a importância de utilizar várias camadas de roupa, luvas, meias quentes e cachecol.
Fotos de: Elisabete Rodrigues, de arquivo (29 de Janeiro de 2006, na Serra de Monchique)
