A réplica do hidroavião “Santa Cruz”, com que Gago Coutinho e Sacadura Cabral concluíram, no Rio de Janeiro, a 1ª travessia aérea do Atlântico Sul, foi inaugurada na quinta-feira, dia 30 de Março, no jardim junto às Piscinas Municipais de São Brás de Alportel.
O monumento, que pretende homenagear a «coragem e ousadia dos dois heróis nacionais», segundo a Câmara de São Brás, é da autoria de Carlos de Oliveira Correia e respeita as «dimensões reais do hidroavião, com uma altura de 3,7 metros e 14 metros de envergadura».
Gago Coutinho tinha ligações a São Brás de Alportel, uma vez que tanto o seu avô paterno, como o seu pai (José Viegas Gago Coutinho) eram naturais daquela localidade.
«Guiados pelos astros e por um sonho imensurável», Gago Coutinho e Sacadura Cabral começaram esta travessia, em Lisboa, a 30 de Março, 95 anos antes da inauguração desta réplica, a bordo de um hidroavião monomotor Fairey IIID modificado, batizado de “Lusitânia”. Gago Coutinho assumia, então, funções enquanto navegador e Sacadura Cabral era o piloto.
A 17 de Junho de 1992 o «sonho que envolveu uma minuciosa preparação», segundo a Câmara de São Brás, foi concluído com a chegada ao Brasil, já a bordo do “Santa Cruz”.
Para a viagem Gago Coutinho concebeu «um método de navegação astronómica de precisão pioneiro, que mudou para sempre a história da aeronáutica no Mundo», acrescenta a autarquia.
Vítor Guerreiro, presidente da Câmara de São Brás, esteve presente na inauguração onde fez «um agradecimento especial a Carlos de Oliveira Correia pela muito especial oferta que fez ao concelho.
A obra vem «dignificar a história de São Brás de Alportel e de Portugal, e perpetuar nas nossas memórias o feito histórico de dois heróis nacionais, recordando as origens são-brasenses de Gago Coutinho», disse.
Na 1ª travessia aérea do Atlântico Sul foram percorridos 8364 quilómetros a uma velocidade média de 134 quilómetros por hora.