Pais e alunos da Escola EB 2,3 João da Rosa, em Olhão, vão protestar contra as condições de degradação do campo polidesportivo exterior deste estabelecimento de ensino, numa manifestação agendada para amanhã, sexta-feira, às 8h20.
Na concentração, convocada pela associação de pais do agrupamento de escolas João da Rosa, será exigida a resolução de um problema que, consideram os encarregados de educação, coloca em risco a segurança das crianças que ali estudam.
Esta será o segundo protesto em apenas dois dias. Esta manhã, os alunos da escola formaram um cordão humano no polidesportivo exterior, a exigir a sua requalificação.
Segundo o presidente da associação de pais Nuno Mimoso, a situação de degradação já se verifica há cerca de dois anos e, além de impedir que os alunos utilizem o campo de jogos para prática desportiva, levanta questões «graves» de segurança. «Já houve relatos de arremesso de pedras para fora da escola e do exterior para o interior. (…) Não se consegue impedir os miúdos de brincar ali e acaba por haver acidentes», revelou.
Desde Março passado que há contactos dos pais tanto com a direção da escola, que «não se responsabiliza», como com a Câmara e o Ministério da Educação, através do seu delegado regional, que considera, cada qual, que a responsabilidade é da outra entidade.
A recusa da parte do ministério em realizar as obras necessárias, orçadas em cerca de 45 mil euros mais IVA, deve-se ao facto de já conceder 20 mil euros por ano à autarquia para manter o parque escolar existente, ao abrigo de um acordo de gestão celebrado com a Câmara de Olhão.
Da parte da Câmara há a garantia, dada ontem aos pais na Assembleia Municipal de Olhão e reforçada hoje, numa nota de imprensa do presidente da autarquia António Pina, que a verba não prevê a realização de obras desta envergadura, mas sim «pequenas obras de manutenção, como por exemplo pinturas de paredes,arranjos de serralharia e canalização, reparação de tetos e telhados, substituição de vidros e espelhos, reparação de mobiliário e de equipamentos de cozinha, reparações do sistema elétrico ou limpeza, entre outras, necessárias ao bom funcionamento das escolas».
«Se fossemos disponibilizar esse valor para a obra em questão, implicaria que durante dois anos a escola em causa não recebesse qualquer valor para proceder às sempre necessárias obras de manutenção ou que todas as outras escolas fossem afetadas e também vissem a atribuição de verbas diminuída. A situação seria bastante grave, entrando as escolas numa espiral de degradação já que, como é fácil de perceber, é fundamental fazer manutenções contínuas preventivas para que não surjam problemas mais graves e com forte impacto no
funcionamento dessas instalações», defendeu António Pina, na missiva enviada às redações.
Os pais aceitaram este argumento da autarquia e dirigem o seu descontentamento para o ministério, que, dizem, «continua a ignorar o problema de segurança que representa as condições em que se encontra o campo de atividades».