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A exibição do seu último filme Em Câmara Lenta e uma exposição evocativa são as duas iniciativas que o Cineclube de Faro e a Câmara Municipal de Faro organizam, para homenagear Fernando Lopes, cineasta português que faleceu em maio.

«Fernando Lopes (28.12.1935-02.05.2012) era argúcia fílmica, exigência ética, muita generosidade e uma imensa ternura. Observador ímpar da identidade lusitana, cúmplice da melhor literatura portuguesa e mestre no olhar com que brindou o nosso povo, Fernando Lopes deixa muitas saudades mas, para além delas, uma obra ímpar, intemporal e necessária», salientam as duas entidades.

Assim, no dia 16 de julho, os Claustros do Museu Municipal de Faro recebem uma Exposição Evocativa que será inaugurada às 21h00 por Pedro Lopes, filho do realizador, que igualmente apresentará, às 21h30, o último filme de seu pai, Em Câmara Lenta, que inicia a Mostra de Cinema ao Ar Livre que decorre até dia 27 de julho naquele mesmo local.

 

Quem era Fernando Lopes?

 

Fernando Lopes passou a infância em Ourém, aos cuidados de uma tia, e veio para Lisboa aos dez anos, ao encontro da mãe.

Pouco depois começou a trabalhar, como paquete, à medida que continuava os estudos, no Ensino Técnico.

Desponta para a realização através do movimento cineclubista (foi sócio do Cineclube Imagem, animado por José Ernesto de Sousa). Em 1957 ingressa no quadro técnico da Rádio e Televisão de Portugal, então inaugurada.

Em 1959 torna-se bolseiro do Fundo do Cinema Nacional, o que o leva para a London Film School, em Inglaterra, obtendo um diploma em Realização de Cinema.

Em 1964 ajuda a inaugurar, com «Belarmino», o Cinema Novo Português.

Fernando Lopes foi ainda cofundador e diretor da RTP2, na década de 1980. Lecionou durante vários anos no Curso de Cinema da Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, tendo marcado diferentes gerações de cineastas e técnicos de cinema portugueses.

Da sua vasta e importante obra ressaltam, além de Belarmino, títulos documentais como Se Deus Quiser e Nós por cá todos bem, obras de adaptação literária como Uma Abelha na Chuva (Carlos de Oliveira), O Delfim (José Cardoso Pires) ou O Fio do Horizonte (Antonio Tabucchi) ou de ficção original como Os Sorrisos do Destino ou o seu filme-testamento, rodado já em muito difíceis condições de saúde, Em Câmara Lenta.

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