É gratuita, rápida, permite aceder à Internet sem recurso a qualquer password ou registo e está disponível num tempo “morto”, o que um passageiro passa dentro de um autocarro urbano, nas suas deslocações diárias.
A rede de transportes urbanos de Faro «Próximo» apresentou publicamente um serviço de wi-fi gratuito nos seus 28 autocarros para «satisfação do cliente», em vigor desde terça-feira.
Esta oferta resulta de uma parceria entre a empresa Pxm, que gere o serviço «Próximo», uma concessão da Câmara de Faro, e a jovem empresa LCPA Creative Agencies – Luís Caracinha e Pedro Águas, que se está a lançar no mercado com soluções de acessibilidade à web em ambientes públicos.
Qualquer pessoa que tenha um passe ou compre o bilhete para fazer uma viagem num autocarro ou minibus de Faro, apenas terá que procurar pela rede da viatura, ligar o seu dispositivo e desfrutar do acesso à Internet.
Terá é de ter atenção ao número do autocarro em que se desloca, já que a rede tem um alcance considerável e, caso haja outro autocarro nas imediações, também aparecerá.
Ao todo, o consórcio composto pelas empresas Eva e Barraqueiro, que ganhou a concessão dos transportes públicos urbanos de Faro, já fez um investimento de 5 milhões desde que foi criada, em 2013, nomeadamente na aquisição «das 28 viaturas que já em circulação e de uma 29ª, que vem a caminho e nos equipamentos a bordo», no qual se inclui esta rede wi-fi.
Esta última aposta não atinge valores tão elevados como outras rubricas, mas, para o administrador da EVA Transportes Carlos Osório Gomes, «vai-se notar bem a utilização deste serviço». «Ao nível do retorno, esperamos, essencialmente, que aumente o grau de satisfação dos clientes», revelou o mesmo responsável.
Mas, confessou, esta também é mais uma forma de convencer os muitos estudantes universitários que habitam em Faro a deixar o carro em casa e usar os transportes urbanos, onde se podem deslocar «com mais comodidade e aceder à Internet». «São estes detalhes que podem fazer a diferença na hora de escolher entre os transportes públicos e o transporte privado», considerou Osório Gomes.
O segmento dos jovens, nomeadamente estudantes, será o grande público-alvo deste novo serviço, bem como os turistas. As rotas mais longas são aquelas que servem os campus das Gambelas e da Penha da Universidade do Algarve, o Aeroporto de Faro e a Praia de Faro.
Além dos computadores portáteis, há hoje uma panóplia de equipamentos de uso comum, como smartphones e tablet, que tornam este serviço útil, durante uma deslocação de autocarro.
Já o presidente da Câmara de Faro Rogério Bacalhau, que esteve presente na apresentação pública deste serviço, salientou o facto de os responsáveis «Próximo» estarem «atentos às necessidades dos seus clientes».
«Hoje em dia, a maioria dos passageiros são alunos da universidade, pessoas jovens que usam muito os tablets e os telemóveis e, portanto, a Internet, que ao terem este serviço, o podem utilizar, nomeadamente nas carreiras de maior duração. É uma inovação, não sei se no país existem muito mais carreiras com este sistema. Para nós, é bom e também o será, com certeza, para quem utiliza o serviço», considerou o autarca.
Sistema pode vir a ser implantado noutras redes urbanas
Os “obreiros” deste serviço são Luís Caracinha e Pedro Águas, os sócios da empresa LCPA Creative Agencies, que instalou este sistema a bordo dos autocarros «Próximo». Ao Sul Informação, Pedro Águas salientou que, no que toca à tecnologia, a sua empresa «não inventou nada», mas que este não deixa de ser um serviço inovador, no Algarve, por se tratar «de uma frota completa».
«Estamos a trabalhar no sentido de implantar este serviço noutros sistemas de transportes urbanos do Algarve», revelou Pedro Águas. Mas, quais serão os os outros concelhos a usufruir de Internet nos transportes públicos, é algo que prefere «não desvendar já».
No caso do «Próximo», a LCPA Creative Agencies instalou o serviço e irá assegurar o retorno através da venda de um sistema de publicidade na frontpage. Ou seja, ao aceder ao serviço, os passageiros terão de fazer o acesso através de uma página com publicidade.
Algo que «não faz as pessoas perder tempo nenhum», já que a existência de uma página de acesso é habitual nas redes públicas. Neste caso, em vez de pedir «um nome de utilizador e uma senha de acesso muito complicada», a página promove um dos clientes da LCPA Creative Agencies. Para avançar, o passageiro tem apenas de clicar no botão «entrar».
«Depois disso, as pessoas podem usufruir de Internet com velocidade muito boa e fiável. Já foi testada e, até agora, não tivemos qualquer problema. Este serviço não tem quaisquer limitações apenas de tempo de utilização, que é de 30 minutos», revelou. Esse limite de 30 minutos seguidos por passageiros (ou dispositivo) está ligado «à necessidade de promover a utilização responsável do serviço».