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Feira Dieta Mediterranica_32A Feira da Dieta Mediterrânica «vai crescer e, de certa forma, movimentar-se», mais precisamente, estender-se a ainda mais locais. O certame dedicado à gastronomia e cultura do Mediterrâneo volta a animar Tavira entre os dias 3 e 6 de Setembro e terá muitas novidades, nesta 3ª edição.

Além de ter mais um dia que a segunda edição, a Feira vai espalhar-se por mais locais da zona histórica da Cidade de Tavira. Desta forma, resolve-se os problemas associados às «dores de crescimento» do evento, que atraiu muitas pessoas ao recinto à beira do Gilão, tantas que este esteve quase sempre repleto.

Em 2015, além da Praça da República, da Rua do Cais e jardim adjacente e da Rua Jacques Pessoa, do outro lado do rio, o recinto espalhar-se-á colina acima, para a zona do Castelo de Tavira, e assentará arraiais noutras praças e largos, além de animar alguns espaços emblemáticos da cidade, como Igrejas e o Clube de Tavira.

Tudo para que os «milhares de visitantes» esperados no certame possam andar mais à vontade. «O ano passado fizemos tudo na baixa e percebemos que se tivessemos o dobro do espaço, teríamos o dobro das pessoas», ilustrou o presidente da Câmara de Tavira Jorge Botelho na apresentação da 3ª edição da feira, que teve lugar esta segunda-feira.

Mapa da Feira da Dieta Mediterrânica 2015
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«Queremos distribuir melhor os visitantes pela zona central da cidade. Faz todo o sentido associar esta Feira à história e património de Tavira», explicou.

A principal novidade, neste campo, é a deslocalização da Praça da Convivialidade, o espaço onde os visitantes podem sentar-se e degustar algumas pérolas da gastronomia mediterrânica, para o Parque do Palácio da Galeria, nas imediações do Castelo de Tavira.

«Será montada uma tenda, onde ficarão instalados quatro restaurantes. Também haverá animação musical, no local», anunciou o edil tavirense.

Quem quiser provar a gastronomia mediterrânica também o poderá fazer num dos 24 restaurantes do centro histórico que se associaram ao evento e vão disponibilizar menus especiais», descreveu.

Para que haja circulação pelos diferentes espaços da Feira, a sinalética será reforçada por «linhas direcionais», que serão assinaladas por «passadeiras ou alcatifa». «Também haverá artesão pelo caminho, além de iluminação especial», acrescentou Jorge Botelho.

Jogos antigos e tradicionais
Jogos antigos e tradicionais

Os mais novos também terão uma zona que lhes será especialmente dedicada no Largo de Dona Ana, até porque, segundo Jorge Queiroz, chefe da Divisão de Cultura, Património e Museus da Câmara de Tavira , «a herança da Dieta Mediterrância tem de ser passada aos mais novos».

O Largo do Brincar oferece os jogos tradicionais que já haviam estado presentes na segunda edição da Feira, trazidos pelo Museu do Brinquedo, e acrescenta-lhes diversas oficinas, que ensinarão, entre outras coisas, a construir moinhos de vento, bonecas matrafonas, fantoches e bolas de trapo. Também haverá espetáculos de marionetas. O local escolhido «tem sombra e não tem o risco da passagem de automóveis».

Também nova é a inclusão do 1º Festival Internacional Slowmed na Feira da Dieta Mediterrância. Esta iniciativa, organizada pela associação In Loco, irá decorrer nos dias 4, 5 e 6 de Setembro e dará a conhecer a cultura e gastronomia de seis países da bacia do mediterrâneo.

Das muitas atividades previstas no programa do festival, destaque para a realização de um concurso de cozinha de fusão e para as demonstrações gastronómicas, onde os parceiros do projeto Slowmed, vindos de Portugal, Itália, Espanha, Egito, Palestina e Líbano, irão dar a conhecer um prato tradicional emblemático.

A In Loco é, de resto, um dos dez parceiros que unem esforços para que a Feira da Dieta Mediterrância se realize. Em 2015, há três novas entidades que ajudam a organizar o evento, a Direção Regional de Cultura do Algarve, a Universidade do Algarve e a Tavira Verde.

Juntam-se aos sete parceiros que já faziam parte da organização, nomeadamente a Câmara de Tavira, a CCDR do Algarve, a Direção Regional de Agricultura e Pescas, a Região de Turismo do Algarve, a Ativar Tavira, a Escola de Hotelaria e Turismo de VRSA e a In Loco.

 

Mais espaço e mais dias significam ainda mais atividades

Feira Dieta Mediterranica_42A expansão, tanto ao nível da duração do evento como do espaço a ele dedicado, trará «mais atividades e animação». Neste campo, o programa é vasto e diversificado. Além da gastronomia, dos produtos locais e do artesanato, elementos centrais da Feira, há música e animação cultural, mas também seminários sobre os mais variados temas, além de atividades científicas.

O cartaz musical irá contar com artistas bem conhecidos, como Vitorino e Ricardo Ribeiro, que virá acompanhado pelo libanês Rabih Abou-Khalil, com quem teve uma colaboração que o fadista português confessa que o marcou profundamente. Gonçalo Pescada, Pedro Mestre e o grupo coral «Campaniça do Despique».

De além-fronteiras chegam outras bandas e artistas, entre as quais Juan Santamaria (fado e flamenco), Chekara (flamenco andalusi) e Jordi Molina e Perepau Jimenez (música catalã). Teatro, música tradicional portuguesa e danças do mundo são outras sugestões do programa da 3ª Feira da Dieta Mediterrânica, que pode ser consultado, na íntegra, aqui.

O crescimento da feira, a vários níveis, obrigou a «um aumento do investimento» da parte dos dez parceiros. «Entre todos, o esforço financeiro ascenderá, seguramente, aos 250 mil euros», revelou Jorge Botelho, que especifica que a Câmara de Tavira vai investir 160 mil euros no evento. «Há que frisar que este evento é realizado no âmbito de uma candidatura ao PO Algarve 21 e que boa parte do dinheiro vem de fundos comunitários, não é só dinheiro do município», precisou.

O que não sofrerá alterações é o número de expositores presentes, no Mercado de Produtores, Gastronomia e Turismo: 120.  «Procurámos uma estabilização em relação ao ano passado. Não queremos dar passos maiores do que as pernas», disse Jorge Queiroz.

 

Dieta Mediterrânica já faz a diferença, no Algarve

IMG_8277 (2)Tavira já está a tirar dividendos do estatuto de comunidade representativa da candidatura da Dieta Mediterrânica portuguesa a Património Cultural Imaterial da Humanidade, aprovada pela UNESCO no final de 2013. «Os efeitos já se vão fazendo sentir, no comércio tradicional, mas principalmente no setor da restauração. Houve uma evolução muito grande neste último campo, não só com restaurantes novos, mas com a requalificação de outros que já existiam», disse o presidente da Câmara de Tavira.

Também o presidente da RTA Desidério Silva diz que já é palpável o esforço que o Turismo do Algarve tem vindo a fazer na promoção da gastronomia, cultura e riquezas naturais da região, dentro e fora de portas. «Ainda há dias um empresário de Aljezur me dizia que, em 2015, o mês de Maio foi o Agosto dele. Isto já é um reflexo do trabalho que vimos fazendo», acredita.

O processo de candidatura da Dieta Mediterrânica a Património da Humanidade e o que foi feito a seguir da sua aprovação também marca a diferença, acreditam os diferentes parceiros desta Feira. Isto porque tem havido uma conjugação de esforços para realizar o certame, um sinal de harmonia entre entidades regionais que não se vê muitas vezes, no Algarve.

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