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comboio1A melhoria e modernização céleres da linha de caminhos-de-ferro, a criação de uma solução de ferrovia ligeira entre Faro e Olhão, o investimento no sistema de estradas, com especial enfoque nas Variantes a Olhão e Faro, aposta nos transportes públicos rodoviários, mas também em soluções verdes, com a criação de vias cicláveis que incentivem o uso deste meio de transporte.

Estas são algumas das propostas consideradas «fundamentais» no Estudo de Mobilidade Interurbana (EMI) do Algarve Central, que foi apresentado a passada semana, em Olhão. Uma solução de futuro, que visa melhorar a circulação interna nos seis concelhos que compõem a rede de cidades «Algarve Central»: Albufeira, Loulé, Faro, São Brás de Alportel, Olhão e Tavira.

A melhoria da mobilidade neste território do Algarve, segundo Maria João Silveira, que apresentou as principais propostas do EMI, passa desde logo, por «um reforço de competências da AMAL», na área dos transportes. Desta forma, consegue-se uma melhor articulação e o lançamento de serviços integrados, nos seis municípios.

Mais do que obra, tratam-se de medidas organizacionais, que podem poupar dinheiro e melhorar a relação dos cidadãos com o transportes públicos.

«A integração tarifária é uma medida fundamental. Há que criar títulos combinados cujo preço, a longo prazo, se encontre associado aos pontos de partida e chegada do utente, independentemente dos meios que utilizar», como acontece nas Grandes Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, segundo Maria Silveira, que realizou o estudo com João Figueira de Sousa. O mesmo se aplica à «bilhética integrada, que permite carregamentos para utilização em diferentes meios de transporte».

Variante a Olhão, requalificação da EN2 entre Guia e Albufeira e novos terminais em Faro, Olhão e São Brás «são fundamentais»

Na área das infraestruturas, o caminho-de-ferro é visto como um modo central numa futura estratégia de mobilidade do Algarve Central. «A oferta de transportes interurbanos deve ser estruturada pela linha férrea e complementada pelo transporte rodoviário», defendeu.

O EMI preconiza que a linha do Algarve seja «modernizada no curto prazo, para que possa haver um reforço na oferta». Após este trabalho, além de uma aposta em novo material circulante, sugere-se que se criem «parques de longa duração juntos dos principais interfaces» e que haja «uma articulação de horários e reforço da oferta de transporte rodoviário em determinados períodos», para incentivar o uso do comboio.

Outra medida que visa potenciar a ferrovia é a criação de «um corredor dedicado de transporte rodoviário entre a estação do Bom João, em Faro, e o Aeroporto», servindo, igualmente, a localidade do Montenegro e o Campus de Gambelas da Universidade do Algarve. Também são defendidos «três novos apeadeiros, dois em Olhão e um em Faro».

Maria João SilveiraEste eixo Faro-Olhão é claramente visto como fulcral, nas relações de mobilidade no Algarve Central, daí que também se proponha uma solução de ferrovia ligeira, «tipo tram», entre as duas cidades. «Os indicadores preliminares que recolhemos indiciam que haveria procura que justificasse este tipo de serviço», disse Maria João Silveira.

No que toca ao sistema rodoviário, pede-se uma aposta forte nas vias de comunicação. Além da conclusão das obras da EN125, incluindo a Variante Norte a Faro, o estudo aponta como fulcral o avanço de duas obras que deixaram de estar previstas, no processo de requalificação daquela estrada nacional: a Variante a Olhão e a requalificação da EN125 entre a Guia e Albufeira e a ligação entre Faro e São Brás e Alportel.

Ainda na rodovia, o EMI aponta para a necessidade de construir dois novos terminais rodoviários «em Faro, Olhão e São Brás de Alportel». Outra aposta que terá de ser feita é no transporte a pedido, que permita melhorar a mobilidade nas zonas de baixa densidade.
A aposta em veículos amigos do ambiente é outra das propostas do estudo, que defende ainda a criação de «uma rede ciclável intermunicipal, baseada na ecovia regional, já delimitada».

 

Medidas propostas custariam mais de 135 milhões de euros até 2023

EN125Para levar a cabo algumas das propostas, é preciso dinheiro. Cerca de 135 milhões euros, para ser mais preciso. O EMI tem uma estimativa de investimento que se divide em duas fases, a primeira entre 2014 e 2018, de 64 milhões de euros e a outra, de 2019 até 2023 de 72,5 milhões.

Grande parte deste dinheiro terá de vir do poder central ou de fundos comunitários. Algum, até já está prometido, como é o caso do dinheiro para a conclusão da Variante Norte a Faro ou para a modernização da linha do Algarve. Outras medidas, como algumas estradas, infraestruturas e até a renovação do material circulante na linha férrea terão de ser estudadas e ainda estão por encontrar soluções de financiamento.

Ainda assim, nem tudo aquilo que o EMI propõe necessita de investimento, pelo menos significativo e essa é a parte pela qual «é fundamental começar». «Naquilo em que não é preciso dinheiro, podemos estar prontos a assumir a responsabilidade e implantar essa parte do plano», referiu o presidente da Câmara de Olhão António Pina no encerramento da sessão de apresentação do EMI.

sulinformacao

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