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Foto de Arquivo

O Festival BPM, um dos maiores festivais de música eletrónica do Mundo, vai realizar-se na Praia da Rocha, em Portimão, entre 14 e 17 de Setembro, depois de, na sua última edição, em Playa del Carmen, no México, em Janeiro, um tiroteio ter provocado a morte a cinco pessoas e ferido outras 15.

Na sequência do grave incidente, as autoridades locais baniram este festival, que se realizou na cidade mexicana ao longo de dez anos.

Na festa de encerramento do BPM, no dia 16 de Janeiro, um atirador, que tentou entrar armado na discoteca Blue Parrot, levou à reação dos seguranças. O tiroteio começou e provocou a morte a quatro homens. Uma mulher também acabou por morrer, devido a esmagamento, quando o pânico se instalou no interior da discoteca, conta o jornal mexicano El Universal.

Segundo a imprensa mexicana, o autor dos disparos estaria ligado ao cartel de droga “Los Zetas”, uma vez que foi encontrada uma mensagem do grupo com referências específicas aos organizadores do festival BPM.

Na sequência dos acontecimentos,  Cristina Torres Gomez, alcaide de Playa del Carmen, afirmou, citada pelo El Universal, que «neste momento, a postura geral é de não realizar aqui o BPM».

Isilda Gomes

A edil mexicana deixou ainda críticas à forma de atuação da organização do festival que vende «antes de obter autorizações e isso danifica a imagem do destino e cria uma imagem negativa caso as autoridades imponham regras diferentes ou não permita a sua realização».

No caso da Praia da Rocha, os bilhetes para o BPM, que custam 150 euros para quatro dias, já estão à venda.

Segundo a autarca mexicana Cristina Torres Gomez, o pedido para cancelar o BPM naquele país veio dos empresários que apelaram a que «se vá embora este tipo de eventos. Que não se permita mais nenhum. Não queremos mais aqui o BPM, nem qualquer outro evento deste tipo».

Os empresários de Riviera Maya, região turística mexicana, onde se insere Playa del Carmo, dizem preferir «gerar emprego num bom ambiente. Queremos que venham bons turistas, que deixem aqui o seu dinheiro num ambiente de cordialidade e salutar e que as famílias e nós próprios possamos viver em paz».

Isilda Gomes, presidente da Câmara de Portimão, em declarações ao Sul Informação diz que foi com «surpresa» que tomou conhecimento da realização do festival na Praia da Rocha e vê esta como uma «oportunidade para a cidade, ainda para mais no mês de Setembro, quando já há menos gente. As indicações que tenho é que é um evento que pode trazer dezenas de milhar de pessoas e isso mostra que Portimão é uma cidade apetecível para grandes eventos».

Questionada sobre a saída do BPM de Playa del Carmen, Isilda Gomes disse «desconhecer as razões, mas houve dez outras edições em que nada aconteceu, só aconteceu uma vez».

A autarca garante que «a segurança é uma prioridade, especialmente em aglomerados com muita gente. Esperamos que não haja problemas, que haja segurança adequada e que seja um grande momento».

Isilda Gomes realça, no entanto, que «a Câmara não tem jurisdição na Praia da Rocha. Espero que, quando forem requeridas as autorizações, as autoridades responsáveis verifiquem se há, ou não, condições para que o evento se venha a realizar. Se não houver garantias de segurança, não se realiza».

Antes da edição que terminou com o desfecho trágico, já tinha sido adiantado pela organização do festival que, para comemorar o 10º aniversário, o BPM teria extensões no Brasil e em Portugal, mas o anúncio de que este seria em Portimão chegou na semana passada.

Devido ao tiroteio, o evento no Brasil foi cancelado, mas o de Portugal manteve-se. Com o regresso a Playa del Carmen a esbarrar na vontade das autoridades mexicanas, Isilda Gomes diz desconhecer se o evento da Praia da Rocha será um evento único ou para continuar.

«Não tenho indicação de que esse festival tenha intenções de continuidade. Da nossa parte, depende de como correr», conclui a autarca.

 

sulinformacao

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