O Festival “Sons do Atlântico” decorreu no Centro de Congressos do Arade, no Parchal, de 22 a 24 de maio, e foi um «enorme sucesso». Em 2015 estará de volta, mas à Praia da Angrinha, em Ferragudo.
A Câmara de Lagoa garante que o Festival “Sons do Atlântico” é «uma aposta ganha», neste «regresso ao grande público após alguns anos de interrupção, voltando a fazer parte do programa cultural da Autarquia, apesar das contingências atmosféricas terem obrigado à deslocação para o Centro de Congressos do Arade e à montagem do espetáculo em tempo recorde».
O Festival esteve em palco durante três dias, com a atuação de bandas com caraterísticas musicais diversas.
Na primeira noite, a subida ao palco principal para o momento de fado de Ricardo Ribeiro – acompanhado por uma viola baixo tocada magistralmente por um “jovem” de 94 anos – que mostrou a intensidade da sua voz, da vivência de cantar o sentimento único português que só o fado tem. Depois, o som dos “Diabo na Cruz” dava o mote do primeiro dia e abria a perspetiva do que seriam os seguintes.
No segundo dia, notou-se a adesão da juventude em busca da musicalidade dos “Souls of Fire”, concerto que levou ao rubro a comunicação de quem cantava no palco e os que, cantando, também dançavam na sala em espaço aberto ou, sentados no chão, davam o tom da informalidade.
Seguiu-se, a fechar a noite, a voz sensual da cantora La Mari, líder dos “Chambao”, banda de música espanhola que transporta o seu reportório para a mistura do flamengo e paus, com música eletrónica, ritmos árabes e letras de denúncia social.
Guardada estava para o terceiro dia a virtualidade de Vicente Amigo, um sevilhano mestre de guitarra, que consegue dedilhar nas suas cordas sons de flamengo captados na inspiração da zona mediterrânica do Sul de Espanha, como só ele os interpreta. Este continuador de Paco de Lucia tocou e encantou todo o público presente diversificado por faixas etárias.
Para fechar os “Sons do Atlântico de 2014”, nada melhor do que uma apoteose, com a enorme alegria da atuação da banda “Kumpania Algazarra”, que provocou um dilúvio de verdadeira algazarra, num público apreciador desse tipo de música e dos momentos de euforia que provoca.
O destaque vai para a música muito diversificada e contagiante, assim como a postura dos seus membros, a forma como evoluem em palco, como comunicam com quem os ouve. Os Kumpania Algazarra, encerraram com chave de ouro, o Festival, que contou com a presença de todo o tipo de espectadores oriundos um pouco de todo o Algarve e não só, levando-os a saltar e dançar em cima do palco e na sala.
Já no fecho do Festival “Sons do Atlântico”, após três noites tão bem passadas, em boa companhia, com visita constante aos espaços reservados aos “comes e bebes”, todos eram cantores.
O presidente da Câmara Francisco Martins, muito satisfeito, diria em jeito de comentário que «em 2015 ainda será melhor… e na Praia da Angrinha com certeza».