Mudou de nome, mudou de dono, mas não mudou de casa, nem de gestor. A Claranet SOHO (Small Office, Home Office), o nome que a Flesk Telecom assumiu após a sua integração nesta multinacional de serviços de tecnologia, está de pedra e cal em Faro.
A nova vida da empresa tecnológica farense permitiu-lhe crescer ao nível de clientes e volume de negócios, ao ponto de ser, hoje, a líder a nível nacional no registo de domínios «.pt» e de alojamento web.
Desde a sua aquisição pela Claranet, há um ano, que a empresa sediada no Algarve não pára de crescer, curva ascendente que deverá continuar, pelo menos para já. Isso significa que o Data Center que a Claranet SOHO portuguesa gere, instalado no Areal Gordo,em Faro, está a engrossar fileiras (literalmente) e a acolher cada vez mais clientes.
«Nós estamos focados no segmento SOHO, que para nós corresponde às Pequenas e Médias Empresas. Como a Claranet trabalha, essencialmente, com grandes empresas, fazia sentido ter esta unidade, focada nas PME, como, de resto, já acontecia antes», explicou o diretor da Claranet SOHO Portugal Bruno Carlos, ao Sul Informação.
O fundador da Flesk Telecom foi integrado na Senior Management Team da Claranet Portugal e continuou a ser o responsável pela gestão da unidade de Faro, «para assegurar a continuidade e crescimento da operação», como ilustrou a empresa, quando fez o anúncio da compra da tecnológica algarvia.
«Nós tratamos, apenas dos clientes mais pequenos. Não diria os residenciais, porque temos muito poucos, mas pequenas e médias empresas e algum setor público. Também temos grandes empresas como clientes, mas sempre focado nos domínios, alojamento e servidores dedicados», ilustrou o empresário farense.
Aquando a aquisição pela Claranet, houve uma fusão entre a Flesk Telecom e a Esoterica.pt, duas empresas de gestão de domínios «.pt» entre as cinco com maior quota de mercado. «A Esoterica passou, fisicamente, para Faro, com os seus servidores e a sua equipa. Absorvemos essa marca e fundimos tudo na marca de saída domínios.pt», contou Bruno Carlos.
Com esta fusão, a Claranet SOHO ficou com uma quota de 20 por cento do total de domínios «.pt» registados. «Pode-se dizer que 20 por cento da Internet, em Portugal, está aqui em Faro (risos), o que já é considerável. Antes da fusão, estaríamos ali nos 10, 12 por cento», revelou.
A Claranet também é líder ao nível de alojamento e servidores dedicados. Além do Data Center de Faro, a empresa conta com mais quatro unidades de alojamento, duas em Lisboa, duas no Porto.
«A nossa estratégia foi tornar Faro o centro desta área de negócios. Há cerca de três meses adquirimos outra empresa, a RedeVF, que ajudou a chegar a esta quota de 20 por cento», acrescentou.
Atualmente, a Claranet SOHO conta com mais de 60 mil clientes e está a caminhar para se tornar a base do Grupo, para todo o negócio relativo a Pequenas e Médias Empresas, no que toca a atribuição de domínios e alojamento.
Com mais clientes, foi necessário «aumentar o número de empregados». As necessidades da Claranet SOHO passam, essencialmente, por adminsitradores de sistema e por operadores de help desk. «Até final do ano, vamos admitir mais um técnico», revelou Bruno Carlos.
No futuro, esta política de expansão deverá manter-se, até porque, atualmente, «há uma grande dispersão do mercado, com cerca de 200 empresas a operar neste setor». Apesar deste elevado número, a fatia de leão do negócio «está concentrada em pouco mais de dez empresas».
A unidade da multinacional sediada no Algarve também crescerá por outra via: a integração de outras unidades do grupo. Já em curso está a mudança da SOHO francesa para Faro, o que permitirá acrescentar ainda mais clientes à empresa com sede em Faro.
«A empresa francesa não está interessada em gerir a sua unidade SOHO, pelo tempo que ocupa, e irá passar para cá para Faro. Até já contratámos elementos bilíngues, para lidar com os clientes.Isto ainda vem reforçar mais Faro, dentro do grupo, a nível europeu», garantiu.
«O futuro, todo o negócio SOHO da Claranet poderá passar para Faro. De momento estamos a fechar o negócio com França, mas poderá também vir Inglaterra e outros mercados», assegurou.
A Claranet, empresa criada no Reino Unido, opera a nível europeu e já se expandiu para diversos países, nomeadamente Alemanha, Holanda, França, Espanha e, mais recentemente, para Portugal. «Cada país tem a sua Claranet autónoma, embora haja uma identidade comum, enquanto grupo.
Com a entrada neste Grupo, a empresa gerida por Bruno Carlos expandiu, e muito, os horizontes, já que passou a poder garantir a continuidade de serviços, nomeadamente para clientes que quiserem passar para outro patamar.
«Esta união gerou a possibilidade de o cliente nunca sair da “casa”. Mesmo quando começa a ter necessidades mais avançadas, há oportunidade de fazer o upsell para a casa-mãe. E o mesmo se passa com clientes mais pequenos ou que apenas necessitem de um domínio e alojamento, que se dirigem à Claranet, que são passados para nós», disse.