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A exposição «Os Pescadores», uma viagem fotográfica pelas ruas de Olhão imortalizadas em livro por Raul Brandão, acompanhada por passagens da obra homónima, está patente no Museu da Cidade de Olhão desde a passada semana. Uma mostra com a assinatura da fotógrafa Luísa Soares Teixeira que tenta ir ao encontro das deambulações feitas em 1922 pelo escritor português, nesta cidade algarvia.

Uma visita que marcou Raul Brandão, que se rendeu à luz do Algarve e à pitoresca cidade de Olhão, como ele próprio confessa no livro «Os Pescadores». «Esta terra enfeitiça as pessoas», ilustrou na passada sexta-feira, durante a inauguração da exposição, o presidente da Câmara de Olhão Francisco Leal, uma expressão que também Antero Nobre usou para descrever a cidade da Restauração.

A inauguração da exposição contou ainda com a presença de Luísa Soares Teixeira, da subdiretora geral das Pescas Ana Rita Berenguer e do diretor regional de Agricultura e Pescas Fernando Severino.

A Câmara de Olhão lembrou que, em 1922, Raul Brandão «percorreu as ruas de Olhão, a passear, sem um destino específico, e descreveu a cidade que ia encontrando».

«Agora, quase um século depois, Luísa também percorreu as ruas e ruelas olhanenses e imortalizou-as em fotografias», explicou.

«Raul Brandão, que era filho e neto de pescadores, nascido na Foz do Douro, descreveu uma outra terra de gente ligada ao mar, Olhão, sem meios nem técnicas prodigiosos, apenas caneta e papel, e agora Luísa Soares Teixeira muniu-se de uma câmara digital de amador e, desta forma, promoveu-se o encontro dos passeios de ambos, procurando demonstrar que o meio mudou mas os homens continuam “simples porque a profissão é simples e o meio, grande e eterno, não os corrompe”», reforçou a autarquia.

Na mostra «Os Pescadores», é feita uma relação entre aquilo que foi escrito há quase um século e as imagens contemporâneas de uma cidade que passou por grandes mudanças e períodos de enormes dificuldades sociais (que ainda hoje existem), mas que ainda mantém uma identidade cultural muito forte.

Excerto de «Os Pescadores», de Raul Brandão:

«De manhã saio em Olhão deslumbrado. Céu azul-cobalto – por baixo, chapadas de cal. Reverberação de sol, e o azul mais azul, o branco mais branco. Cubos, linhas geométricas, luz animal que estremece e vibra como as asas de uma cigarra. Entre os terraços, um zimbório redondo e túmido como um seio aponta o bico para o ar. E ao cair da tarde, sobre este branco imaculado, o poente fixa-se como um grande resplendor. É uma terra levantina que descubro; só lhe faltam os esguios minaretes. (…)»

 

sulinformacao

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