Francisco Amaral será recandidato a presidente da Câmara de Castro Marim nas Eleições Autárquicas de 2017. Em entrevista ao Sul Informação, o edil castromarinense disse já ter tomado a decisão, que confia que será apoiada pela cúpula do PSD, partido pelo qual foi eleito, e não se mostra receoso da «campanha caluniosa» de que diz estar a ser alvo há dois anos.
«O Conselho Nacional do PSD já decidiu que os presidentes de Câmara são todos recandidatos. De maneira que acabo por não ter qualquer dúvida que terei o apoio do partido para me candidatar à presidência do município de Castro Marim. É essa a minha vontade», garantiu o edil.
Francisco Amaral avança, independentemente da campanha difamatória de que garante estar a ser alvo há muito. «De uma maneira cobarde, desde há dois anos que estou a ser alvo de uma campanha, que passa por cartas e comunicados anónimos, perfis falsos no Facebook e outros. É uma campanha diária, sem escrúpulos, feita por pessoas sem princípios, sem valores e recorrendo a coisas do arco da velha, inimagináveis mesmo, que até revelam alguma psicopatia», segundo o autarca, o decano dos presidentes de Câmara portugueses.
«Nunca pensei que isto fosse possível. Nos anos todos em que fui autarca, nunca vi nada assim, pelo menos aqui no Algarve. É uma campanha de terrorismo psicológico», considerou.
Para o edil, estes ataques «são internos», ou seja, partem de elementos do próprio PSD local, mas não só. «Ao longo dos anos, sempre notei que havia uma guerra constante entre o PSD e o PS, aqui em Castro Marim. Quando eu cheguei, introduzi uma nova maneira de fazer política, sem guerras, ódios nem inimizades. A maioria das pessoas perceberam isso, mas há uma meia dúzia de facciosos, tanto de um lado como do outro, que se alimentam da guerra, e que não gostaram. Mas estou convencido que não passa de meia dúzia de pessoas», disse.
Apesar de não esconder o incómodo pela situação, Francisco Amaral não coloca em causa a recandidatura, até porque acredita que a «a esmagadora maioria da população» está do seu lado e porque necessita «de mais um mandato» para concluir aquilo que começou.
Isto porque os projetos e ideias do autarca são muitos e tocam muitas áreas. Entre eles, há intervenções mais profundas que Francisco Amaral quer levar a cabo, como a criação de uma rede de ciclovias no concelho, ampliar o sistema municipal de abastecimento de água, para que «não haja uma casa no concelho sem água potável», e a pavimentação de estradas, «que ficaram esburacadas ao longo dos anos».
Francisco Amaral não esconde que, ao chegar à Câmara de Castro Marim, depois de décadas como edil de Alcoutim, encontrou «muita coisa por fazer». «A casa estava a trabalhar num ritmo que, na minha opinião, era muito lento. Introduzimos uma nova dinâmica e estamos a contar com a colaboração dos funcionários da Câmara e da empresa municipal. Mas reconheço que havia alguns vícios, que estou a procurar resolver», ilustrou.
Esta nova filosofia foi aceite pela «larga maioria das pessoas» que trabalham na autarquia, cujo trabalho e esforço Francisco Amaral fez questão de elogiar. Mas, tendo em conta os ataques de que está a ser alvo, nem toda a gente em Castro Marim parece ter aceitado bem a nova dinâmica trazida pelo novo edil.
«Admito que as mudanças que introduzi possam ter levado a esta reação. Quando se introduz mudanças, quando se operam ruturas, há sempre alguma resistência. Admito que possa ser esta uma das origens», disse.