As estradas municipais de Olhão podem vir a ser fechadas ao trânsito de pesados, caso o Governo não se disponibilize para arranjar uma alternativa viável à Via do Infante naquele concelho, ameaçou este sábado o presidente da Câmara de Olhão Francisco Leal.
Os presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal de Olhão juntaram-se no dia 27 de abril aos protestos contra as portagens na Via do Infante e aproveitaram a ocasião para mandar uma mensagem ao Governo.
Em causa a anulação da Variante de Olhão à EN 125, depois de decidida a cobrança de taxas na A22 e as consequências que teve para a qualidade de vida dos olhanenses.
«Espero poder colocar a medida em vigor dentro de dois meses, pois a situação agrava-se de dia para dia», disse o autarca. Só serão abertas exceções para veículos pesados que tenham de fazer cargas ou descargas dentro da cidade.
Já o trânsito pesado de passagem que queira utilizar estradas nacionais «terá de sair em Tavira ou em Faro para ir para Tavira ou Faro», neste caso, usando estradas que atravessam o interior da região.
«Juntei-me a este protesto porque não concordo com as portagens na Via do Infante. Como se pode ver, isto só veio agravar a situação na EN125. Esta já era considerada a estrada da morte e, com todo o trânsito que tem vindo para esta zona, está praticamente intransitável», referiu o autarca, frente ao Ria Shopping, zona que fica sensivelmente a meio do troço da 125 que está agora sob gestão municipal.
«Quando chegarmos ao Verão vai ser muito difícil. Aqui em Olhão, a situação é gravíssima, pois, quanto maior for o trânsito desviado da Via do Infante, maior é a poluição atmosférica e o ruído dentro da cidade. A vida das pessoas que aqui vivem tem vindo a tornar-se um inferno», ilustrou.
Razões que considerada suficientes para «interditar o trânsito a pesados neste troço da EN 125 que é da Câmara», bem como nas demais estradas municipais.
«Até porque já pedi uma reunião ao secretário de Estado dos Transportes há seis meses e ainda não teve oportunidade de me ouvir», acrescentou.
Quando e se conseguir chegar à fala com o membro do Governo, Francisco Leal diz que o fará tentar compreender que «a Variante a Olhão é muito importante, para mais quando há portagens a ser cobradas». «Não podemos continuar assim. O governo não toma medidas, não quer saber do Algarve e dos algarvios», acusou.