O Governo vai investir «10 milhões de euros, em cinco anos, no reequipamento e modernização das Estações Salva Vidas» em toda a costa portuguesa, anunciou ontem, em Ferragudo, o secretário de Estado da Defesa Nacional.
O anúncio foi feito durante a homenagem à tripulação do salva vidas de Ferragudo, que começou pela imposição da medalha militar da Cruz Naval ao sota patrão José Lopes Jeremias.
Ali, junto ao edifício do Instituto de Socorros a Náufragos, na zona ribeirinha de Ferragudo, foi ainda inaugurado um monumento às tripulações do salva-vidas, constituído por uma âncora. Como diria o presidente da Câmara de Lagoa, esta foi «uma pequena homenagem àqueles que arriscam a sua vida para salvar a nossa».
«Muito obrigado pelo vosso profissionalismo, brio e coragem», disse o presidente Francisco Martins, dirigindo-se à tripulação do salva-vidas de Ferragudo, com destaque para o seu sota patrão José Jeremias.
O secretário de Estado Marcos Perestrello, por seu lado, salientou que esta é «talvez a mais visível, mais nobre e mais importante das missões» da Marinha, «a de salvaguarda da vida humana no mar».
Culminando um dia de trabalho intenso com visitas em Mértola, Vila Real de Santo António e Olhão, o secretário de Estado da Defesa Nacional salientou os esforços que o Governo tem estado a fazer para dar melhores condições de trabalho a estes homens, nomeadamente reforçando o número de efetivos das estações salva-vidas, criando um novo estatuto profissional e fazendo um extenso plano de investimentos, já referido.
O sota patrão Jeremias é um filho de Ferragudo que escapou a uma vida de pescador, para ingressar na Marinha. Nascido em Maio de 1964, e atualmente com 52 anos, esta foi já a sua segunda medalha. Mas, como disse ao Sul Informação, mantém o «mesmo espírito e a mesma vontade» de cumprir a sua missão, ao serviço de quem anda no mar.
A trabalhar na Estação Salva Vidas de Ferragudo desde 1997, muitas são as histórias que poderia contar dos salvamentos feitos, em conjunto com os seus companheiros. «Ui…tenho muitas, muitas histórias, com crianças, com adultos. Mas não vale a pena falar muito sobre isso», concluiu, com a humildade própria de quem acha que apenas cumpre a sua missão.
Fotos: Elisabete Rodrigues|Sul Informação