A urgência do serviço de Neurocirurgia do Centro Hospitalar do Algarve vai estar a funcionar durante o fim-de-semana prolongado, garantiu o Conselho de Administração (CA) desta entidade.
Os responsáveis pela gestão dos hospitais algarvios dizem que tiveram de ser eles a diligenciar para suprir as lacunas existentes na escala de serviço «proposta e validada pela Diretora do Serviço de Neurocirurgia, Dr.ª Alexandra Adams», que «não acautelava, de forma incompreensível, a resposta à urgência nesta especialidade».
A cirurgiã Alexandra Adams é um dos dois diretores de serviço que apresentaram a sua demissão em Março, pouco depois da entrada em funções do novo CA. Em declarações que serviram de base a artigos de diversos jornais, publicados esta quinta-feira, a atual diretora em gestão do serviço de Neurologia falava numa «situação crítica», garantindo que o serviço não iria funcionar «porque não há condições para trabalhar».
Cerca da meia-noite, a administração do CHA assegurou que «não se confirma a falta neurocirurgiões na urgência do CHAlgarve, como foi mediaticamente avançado, garantindo-se assim a assistência desta especialidade durante este fim de semana alargado».
E não poupa críticas à diretora de serviço demissionária, considerando a sua atitude «incompreensível e inaceitável», acusando-a de «instrumentalizar uma situação de conhecida carência de recursos humanos, contribuindo intencionalmente para agravar o problema através do alarmismo social à população que deveria servir».
Os responsáveis pela gestão do CHA garantem, ainda, que este serviço dispõe «de recursos humanos suficientes para desenvolver a sua atividade». «Tanto assim é que, até à data de hoje, nunca houve rutura de escala desta especialidade, não havendo nenhum facto novo ou inesperado que justifique tal atuação», alegaram.
Visão diferente tem Alexandra Adams, que reafirma a «falta de condições para assegurar o serviço», pois continuam a faltar anestesistas, mas não só. «Além da falta de anestesistas, há uma série de problemas, como a incapacidade para resolver o problema dos doentes que esperam há meses para serem operados, e que se agravaram com a entrada em funções do novo Conselho de Administração», acusou.
O CA dos hospitais algarvios refuta esta ideia e defende que as medidas que foram tomadas nos últimos meses, relativas ao SNS no Algarve, permitiram que os problemas neste serviço «começassem a ser seriamente tratados e minimizados, com recurso a medidas de gestão e racionalização dos meios disponíveis».