O Centro Hospitalar do Algarve (CHA) é Centro de Referência para o Cancro do Reto e a única entidade de saúde a sul do Tejo que integra o mapa dos Centros de Referência – Portugal.
Esta rede foi criada pelo Ministério da Saúde, «para identificar, a nível nacional, os serviços e unidades de saúde com reconhecidos conhecimentos e competência técnicas no tratamento de patologias que exigem uma concentração de recursos técnicos e tecnológicos altamente diferenciados», segundo o CHA.
«A par do evidente prestígio para a instituição, a grande vantagem desta certificação como Centro de Referência centra-se na confiança dos doentes que sabem que aqui recebem os melhores cuidados para o tratamento da sua doença», segundo Irene Furtado, oncologista, diretora do Serviço de Oncologia do CHAlgarve e coordenadora do Grupo de Trabalho responsável pela candidatura a Centro de Referência.
Esta equipa de profissionais de saúde não quer, ainda assim, parar por aqui, já que a candidatura a Centro de Referência Europeu está já a ser preparada pela equipa. «Temos dados, tecnologia, recursos humanos e diferenciação para podermos concorrer», assegura Irene Furtado.
Mais do que prestígio, a obtenção deste reconhecimento a nível europeu teria «particular relevância para os serviços de saúde de uma região eminentemente turística, em que o acesso aos cuidados de saúde com garantia de qualidade será seguramente fator de atração e competitividade».
Para cumprir os exigentes critérios que levaram ao reconhecimento a nível nacional, foi necessária «uma equipa coesa e de grande qualidade», nomeadamente «o grupo multidisciplinar do cancro digestivo – no qual se inclui o cancro do reto- que integra especialistas de gastrenterologia, cirurgia, oncologia, radioterapia, meios complementares de diagnóstico e terapêutica e demais áreas de apoio implicadas».
«Sermos Centro de Referência no Cancro do Reto é, portanto, fruto de um conjunto de meios, serviços e profissionais de várias áreas a trabalhar para o mesmo fim, com resultados e índices de qualidade reconhecidos», acrescentou Irene Furtado.
O Centro Hospitalar do Algarve trata, por ano, cerca de 120 novos casos desta doença, com taxas de sucesso equiparadas aos indicadores internacionais.
«Diagnósticos precoces em estádios da doença até aos 5 anos obtêm taxas de sucesso a rondar os 90%, que diminuem em diagnósticos tardios para os 50% ou 30%. Depende naturalmente do estádio da doença, daí ser muito importante a prevenção e o rastreio atempados», explicou a oncologista.