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DSC_0853 (Custom)«A noite não será amiga dos bombeiros», no combate ao incêndio florestal que começou em Monchique e já chegou ao concelho de Portimão, por causa do forte vento de noroeste que se faz sentir, disse Vaz Pinto, comandante distrital de operações de socorro de Faro, aos jornalistas, num ponto de situação por volta das 18h30.

O responsável acrescentou que «o vento vai manter-se e as condições meteorológicas não nos vão facilitar muito a vida, por isso a noite não será amiga dos bombeiros», num incêndio que, àquela hora, tinha três frentes, uma delas já em fase de rescaldo.

Vaz Pinto acrescentou que o fogo, que ontem começou na zona de Casais, concelho de Monchique, a meio da encosta da serra, progrediu «demasiado rapidamente», de tal forma que «andámos sempre atrás do incêndio e só agora conseguimos posicionar meios à sua frente».

O comandante operacional, que acabara de fazer um voo de helicóptero, acompanhado por outros elementos do comando, para avaliar a situação, acrescentou que, devido à «perigosidade do terreno», as «treze máquinas de rastos nem sempre conseguem operar».

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A ver as chamas, perto de Montes de Cima, interior do concelho de Portimão

Por outro lado, apesar de, durante a tarde, terem estado a ser usados nove meios aéreos, o forte vento também dificultou a ação de aviões e helicópteros.

Sobre a origem deste incêndio, que ainda não se sabe se foi reacendimento ou nova ignição, Vitor Vaz Pinto disse ser «muito estranho que, depois de termos o incêndio perfeitamente consolidado, com 48 horas sem qualquer reativação, tivesse havido um reacendimento e depois tivesse evoluído desta forma fulminante». No entanto, ressalvou, «caberá às autoridades investigar».

Durante o dia, o fogo desceu pelos contrafortes da Serra de Monchique e acabou por entrar no concelho de Portimão, em zonas mais povoadas, apesar de ser quase sempre habitação dispersa. Foram retiradas 28 pessoas de suas casas, nas localidades de Montes de Cima, Carriçal, Taboal e Moinho da Rocha, mas apenas por medida de precaução.

Isilda Gomes, presidente da Câmara de Portimão, presente no posto de comando, adiantou que se trata sobretudo de pessoas com mobilidade reduzida, na sua maioria acolhidas em casa de familiares. Só quatro precisaram de ser acolhidas em estruturas sociais fornecidas pela autarquia, mas todas estão a ter acompanhamento.

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As chamas junto ao Hotel Pestana Algarve Race, no Autódromo do Algarve

Também o novo hotel cinco estrelas Pestana Algarve Race, situado no perímetro do Autódromo Internacional do Algarve, foi evacuado às 15h00. João Martins, diretor do hotel, disse ao Sul Informação que, «devido à aproximação do fogo e ao muito fumo, achámos por bem acionar o Plano de Emergência e retirar os 30 hóspedes do hotel que cá estavam no momento, bem como os ocupantes de 15 apartamentos turísticos». Todos foram alojados numa outra unidade hoteleira do grupo no concelho, o Hotel Alvor.

O Autódromo do Algarve, onde decorriam testes de pneus de uma marca internacional, resolveu igualmente suspender as atividades pelas 15h30, como disse Paulo Pinheiro, diretor da estrutura. Este responsável salientou que, nesta zona do Escampadinho, uma vasta planície, o Autódromo acabou por servir «como tampão, impedindo a progressão das chamas nesta zona».

A presidente da Câmara Isilda Gomes garantiu que, «se houver necessidade de retirar mais pessoas temos capacidade de acolhimento para o fazer».

Durante os trabalhos de hoje há ainda a registar sete feridos ligeiros entre os operacionais: cinco bombeiros, um militar da GNR e um militar do Exército.Todos receberam tratamento e estão já bem.

No combate às chamas que parecem não querer dar tréguas, e que avançam agora em direção a leste, para a zona do Rasmalho, estão agora 511 operacionais e 174 veículos. Com o cair da noite, os meios aéreos retiraram-se.

Com o vento a rodar de noroeste para nortada e a manter-se forte, prevê-se uma noite de muitos sobressaltos, no interior do concelho de Portimão.

 

Fotos: Elisabete Rodrigues|Sul Informação

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