Um incêndio que deflagrou ontem, segunda-feira, à noite, no bairro da Horta da Areia, em Faro, deixou nove pessoas, pertencentes a três famílias, desalojadas, mas não causou qualquer ferido.
Segundo o Centro Distrital de Operações de Socorro de Faro, ainda não são conhecidas as causas do incêndio, que destruiu três habitações pré-fabricadas, em madeira, estando o caso a ser investigado pela Polícia Judiciária.
Entretanto, a Câmara de Faro já veio a público lamentar o incêndio e anunciar que as três famílias afetadas pernoitaram em casa de familiares e amigos, de ontem para hoje, solução de alojamento de que irão usufruir nos próximos dias.
«O Centro Distrital do Instituto de Segurança Social está, em articulação com Câmara Municipal, a proceder à análise da sua situação socioeconómica por forma a darmos um encaminhamento definitivo e adequado a cada caso concreto. Para já, é certo que não voltarão às suas antigas casas que, agora, mais não são do que um monte de entulho e carvão cuja remoção já se iniciou hoje mesmo», revelou a autarquia, cujo presidente Rogério Bacalhau esteve a acompanhar o sinistro, no terreno.
«Tudo indica que o rebentamento de uma bilha de gás terá sido a causa principal do sinistro, não estando ainda totalmente esclarecidos os contornos desta ignição», acrescentou.
O incêndio que destruiu as casas começou ontem, pelas 21h15 e entrou em fase de rescaldo perto da meia noite.
No entanto, «a natureza altamente inflamável dos materiais empregues nestas construções não facilitou os trabalhos no terreno, tendo sido o fogo dado por extinto às 3h30».
O combate ao fogo envolveu quatro corporações de bombeiros, duas de Faro (Sapadores e Voluntários), os Bombeiros de Olhão e os Bombeiros de São Brás de Alportel.
Ao todo, participaram na operação 56 operacionais, dos quais 40 bombeiros, apoiados por 22 veículos.
O que restou das habitações sinistradas está já a ser removido, pela Câmara Municipal de Faro, numa operação que deverá decorrer ao longo da tarde de hoje, terça-feira.
«O Bairro da Horta da Areia é uma zona residencial de habitação social pré-fabricada em elevado estado de degradação. Na sua génese, em 1975, estava a ideia de dar uma solução provisória às dezenas de retornados que então rumaram a Faro. A verdade é que, quase 40 anos passados, o bairro ali continua, servindo de habitação a cerca de 200 munícipes, divididos em 60 agregados familiares», recorda a autarquia farense.
O atual executivo da Câmara de Faro já anunciou «como objetivo para este mandato dar solução condigna e definitiva à maior parte destas famílias».
Para mais porque, admite, «a infeliz ocorrência de ontem à noite põe a nu esta flagrante necessidade. Mas agora, para além da gritante iniquidade, fica também patente a situação de grande insegurança em que vivem aquelas famílias».
«Por tudo isto, mais do que nunca, a Câmara, em articulação com as instâncias que têm responsabilidades nesta matéria, terá esta zona da cidade como prioridade», anunciou.