Terá um parque temático de lazer, ligado ao turismo náutico, serviços em diversas áreas, com destaque para a saúde, e um centro de congressos de grande dimensões, entre muitas outras valências, e deverá motivar um investimento «entre os 300 e os 400 milhões de euros», passível de criar «milhares de postos de trabalho».
O projeto Algarve Cluster Multiusos, previsto para a zona a Sul da Área Industrial de Loulé (Campina de Baixo), foi oficialmente reconhecido pelo Governo como sendo de interesse regional, o que permitiu criar um novo Núcleo de Desenvolvimento Económico no concelho louletano.
Este empreendimento, que será implantado num terreno com perto de 60 hectares, contíguo à antiga fábrica da cerveja Marina e junto ao nó da A22 com EN 396 (Quarteira/Loulé), está a ser promovido pela empresa Enolainvest SA, de capital algarvio.
O próximo passo é fazer um Plano de Pormenor ou de Urbanização, tarefa que cabe ao promotor do projeto. A Câmara de Loulé, enquanto município anfitrião do futuro empreendimento, terá mais tarde uma palavra a dizer, bem como a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, conforme estipula o despacho conjunto do secretário de Estado da Indústria e das secretárias de Estado do Turismo e do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, publicado em Diário da República na terça-feira.
Segundo revelou ao Sul Informação um dos investidores ligados ao projeto, a ideia é criar uma zona com uma variedade considerável de atividades económicas, numa área com acessos privilegiados e que fica entre os dois principais polos urbanos do concelho de Loulé: a sede de concelho e Quarteira.
O projeto em si está ainda numa fase preliminar, embora a sua base esteja já definida. Na descrição que é feita no despacho conjunto publicado esta semana no DR, fala-se num projeto centrado «num espaço destinado a atividade comercial e de serviços, num centro de inovação empresarial e num parque temático».
O parque de lazer temático será uma das âncoras do «Algarve Cluster Multiusos», cujo atrativo principal será o ski aquático e o teleski. Também será construído «um centro de congressos, que integra um auditório com capacidade para 3500 lugares sentados» e um Wellness Center, a piscar o olho ao turismo de bem-estar.
A tudo isto, estará ligada uma vertente comercial, que, segundo os promotores, será mais centrada nos serviços, embora «esteja prevista também uma componente de comércio».
Originalmente, este projeto estava muito voltado para a parte comercial e previa a construção de um empreendimento de grandes dimensões, onde os principais atrativos seriam uma loja IKEA e um hipermercado Jumbo. Mas o grupo sueco optou por uma localização diferente, para instalar a sua primeira loja no Algarve, o que levou os promotores da iniciativa a «ajustar o projeto à nova realidade», centrando-o na componente turística e de serviços.
O presidente da Câmara de Loulé Vítor Aleixo disse ao Sul Informação ver «com simpatia que haja investidores que se proponham a apostar nas vertentes do entretenimento, de lazer, empresarial e na criação de emprego», mas mostra-se cauteloso nos elogios, já que não conhece os planos da Enolainvest «em detalhe».
O processo que levou à criação deste NDE e ao reconhecimento do «Algarve Cluster Multiusos» foi lançado pelo anterior executivo municipal, e, até agora, passou, essencialmente, por outras entidades, como a Universidade do Algarve, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, a Drapalg e a Região de Turismo do Algarve, que deram todas parecer favorável à atribuição do estatuto de interesse regional.
Vítor Aleixo, que é um conhecido defensor do comércio local e que nunca escondeu ver com maus olhos projetos para criação de grandes superfícies comerciais, no seu concelho, diz que a autarquia vai agora «acompanhar de perto» a elaboração de um Plano de Pormenor para a área em causa.
Também os promotores preferem esperar por uma fase mais avançada, em que o Plano de Pormenor esteja já elaborado, para dar mais pormenores sobre o Algarve Cluster Multiusos. Mas tudo indica que este poderá vir a ser um elemento que permitirá a expansão da área de influência da cidade de Loulé, para Sul, dentro de poucos anos.
