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Isilda Gomes, ex-Governadora Civil e atual candidata do PS à Câmara de Portimão, enviou uma carta ao ministro da Saúde sobre o Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio (CHBA), onde considera a introdução de estacionamento pago como uma «sobretaxa moderadora».

Na carta, Isilda Gomes manifesta a sua «total oposição» àquilo que considera ser «um ataque ao nosso hospital público» e classifica a introdução de pagamento nos estacionamentos como «uma medida economicista que tem dois propósitos: arrecadar receitas de forma ilegítima para financiar o próprio hospital e criar aquilo a que chamaria de “sobretaxa moderadora”, que visa restringir ainda mais o acesso da população aos cuidados de saúde de que necessita».

Antecipando o argumento de que muitas outras unidades de saúde pelo país fora têm parqueamento pago, a candidata socialista lembra que «este Hospital se situa na periferia da cidade de Portimão» e «não dispõe de alternativas válidas de estacionamento. Todas as outras unidades hospitalares com sistemas semelhantes estão localizadas dentro das áreas urbanas das cidades que servem».

Para mais, sublinha, «este Hospital serve metade do Algarve, desde Aljezur a Albufeira, e o acesso a Portimão é, maioritariamente, feito através de viatura própria, por manifesta falta de alternativa».

«Quem, a partir de hoje, recorrer ao CHBA para uma consulta, uma cirurgia, uma urgência hospitalar, ou simplesmente para visitar um familiar internado, verá o acesso barrado por uma taxa absurda, à qual não poderá fugir», lamenta a candidata do PS.

Isilda Gomes apela mesmo à «intervenção direta» do ministro Paulo Macedo, para «travar esta medida que, em tudo, prejudica o Algarve, em geral, e, muito em particular, Portimão e a sua população».

A ex-Governadora Civil admite reconhecer «as dificuldades e os constrangimentos com que [o Ministério da Saúde] se depara relativamente ao financiamento do Serviço Nacional de Saúde, mas não podem ser os utentes, sobretudo os mais desfavorecidos, a suportar todo o peso do financiamento do sistema, pondo em causa princípios tão caros ao Estado de Direito como a equidade e igualdade ao acesso a cuidados de saúde».

No que diz respeito ao parqueamento pago, a candidata do PS recorda finalmente que «as principais forças políticas do concelho de Portimão, onde se inclui o PSD, principal partido da coligação que apoia o Governo, já manifestaram o seu repúdio perante esta medida».

Mas Isilda Gomes tem ainda outras preocupações em relação ao CHBA e fala delas ao ministro da Saúde, manifestando a sua preocupação com «algumas notícias que têm sido veiculadas e que apontam para a intenção do Governo de encerrar valências no Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, deslocalizando esses serviços para o Hospital Central de Faro».

Garantindo que tais notícias têm causado «alarme social», salienta que o seu «desmentido» é fundamental para «devolver a serenidade à população residente, aos turistas que nos visitam e, sobretudo, aos profissionais de saúde que diariamente dão o melhor de si a esta unidade».

«Reitero a minha total oposição àquilo que considero ser um ataque ao nosso hospital público. Oposição esta partilhada por todos os Portimonenses», conclui.

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