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Derrocada entre Vau e Careanos (Portimão), fotografada ontem – Foto: APA

Já se registaram 19 derrocadas nas arribas do Barlavento Algarvio desde o início do ano, revelou ao Sul Informação o diretor regional da Agência Portuguesa de Ambiente (APA).

Sebastião Teixeira adiantou que, depois da 18ª, ontem, numa arriba entre as praias do Vau e de Careanos (Portimão), já esta quarta-feira os técnicos da APA se depararam com uma outra, a 19ª, na Praia da Galé, concelho de Albufeira. Os desmoronamentos identificados localizam-se nos concelhos de Albufeira, Lagoa e Portimão.

Aquele responsável acrescentou que «a monitorização das arribas continua a ser feita pelos nossos técnicos, todos os dias», neste período crítico marcado pela precipitação e forte agitação marítima.

Essa tarefa, segundo explicou hoje a APA em comunicado, costuma ser um trabalho de «rotina» que aquela entidade faz ao longo do ano, mas «as campanhas de observação são densificadas», sempre que há condições meteorológicas adversas, com mais chuva e temporal no mar, «uma vez que os eventos de desmoronamento das arribas são frequentemente desencadeados durante esses episódios».

Ontem, dia 6, como o Sul Informação noticiou, Sebastião Teixeira fez um voo de avião ao longo da costa, entre Vila Real de Santo António e a Praia da Luz, precisamente para avaliar o estado das arribas e restante linha de costa e fazer registos fotográficos.

No seu comunicado, a APA revela que, enquanto «autoridade de gestão costeira do Algarve, iniciou a observação e registo de desmoronamentos em 1995». «Desde 2002, como rotina, anualmente são realizadas campanhas de observação por terra, mar (a bordo de embarcação com a Autoridade Marítima) e ar (a bordo de uma aeronave)», tal como a que ontem decorreu.

Aquele organismo vai manter a «rotina de observação e registo» das arribas até Maio, para definir, antes do início da época balnear, se é necessário intervir com máquinas para estabilizar zonas que apresentem risco elevado de desmoronamento.

A mesma zona que ontem se desmoronou, antes da derrocada – Foto: APA

A APA acrescenta que, além das «intervenções tendentes a minorar o risco associado à geodinâmica das arribas» e «eventuais derrocadas controladas», até ao início da época balnear será também feito «o reforço da sinalização» ou a «implantação de balizamento».

As arribas, salientou aquela entidade, são «naturalmente instáveis», pelo que as pessoas devem «evitar permanecer e/ou circular na sua base ou no topo, particularmente durante estes episódios» de temporal.

Ontem, o desmoronamento da arriba com cerca de 10 metros de altura no litoral de Portimão envolveu a queda de 200 metros cúbicos de rocha, ou seja, cerca de 500 toneladas, sendo «a maior verificada este ano, até agora». Não houve feridos, nem prejuízos.

Há dois dias, a Autoridade Marítima tinha alertado para o perigo de derrocadas nas falésias, em especial na costa algarvia. A AM avisou a população «para que se afaste das arribas e de zonas de costa rochosas afetadas, evitando passeios, tanto junto à base, como no topo destes locais, devendo cumprir e respeitar a sinalização e as indicações das autoridades».

sulinformacao

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