Please ensure Javascript is enabled for purposes of website accessibility

Gerir a Câmara de Portimão «com respeito pelos impostos dos munícipes, respeito pelo papel dos funcionários e pelo futuro da nossa terra». Este é, em resumo, o programa de José Pedro Caçorino, candidato do CDS/PP à presidência daquela que é, como foi lembrado, a autarquia mais endividada do país.

A candidatura de José Pedro Caçorino foi este sábado oficialmente lançada numa sessão no auditório do Museu de Portimão, que teve casa cheia, mesmo com pessoas a ficar em pé.

A apadrinhar o candidato centrista esteve Pedro Mota Soares, ministro da Solidariedade e Segurança Social, aqui em representação do líder do partido Paulo Portas, que à mesma hora estava noutro local do país a apresentar outro candidato do CDS. «Mas Paulo Portas já disse que virá a Portimão em breve», anunciou Mota Soares.

Pelo auditório do Museu de Portimão passou também gente de outras forças políticas – do PS, do PSD e até do Bloco de Esquerda -, muitos deles amigos de longa data do candidato. Uma espécie de ecumenismo político que é reflexo da personalidade de Caçorino, mas também poderá ser um sinal do «projeto político inclusivo» que o candidato centrista pretende fomentar e que anunciou estar aberto a todos.

A cerimónia, marcada pela boa disposição mas também pelas críticas à gestão socialista da Câmara de Portimão, serviu ainda para apresentar dois outros cabeças-de-lista: Fernando Gião, para a Assembleia Municipal, e Vasco Carapucinha, para a Junta de Freguesia de Portimão.

 

É «vital falar do futuro aos portimonenses»

 

«Uma Câmara muito endividada é uma Câmara que não é livre e é preciso devolver essa liberdade a Portimão», disse Pedro Mota Soares na sua intervenção.

Um mote de que o candidato do CDS/PP portimonense nem sequer precisava, já que a difícil situação financeira da autarquia esteve sempre presente no seu discurso.

«Sei que o momento é de enormes dificuldades no nosso concelho, sei que o futuro será tudo menos fácil, mas sei sobretudo – e este aspeto é para mim o mais importante – que nesta altura não posso virar as costas à responsabilidade que tenho perante todos vós, enquanto Portimonense de alma e coração!», disse Caçorino.

Salientando ser «urgente a construção de uma verdadeira alternativa à governação do Partido Socialista, porque o modelo socialista que foi proposto para Portimão – nomeadamente, durante os últimos dois mandatos – está visivelmente esgotado», José Pedro Caçorino acrescentou que é «vital falar do futuro aos portimonenses, mas falar com verdade, com a consciência da difícil situação que o concelho atravessa, sem falsas promessas e maquetas fantásticas».

«Sou candidato porque tenho ideias, projetos e ambições para Portimão e porque considero que a minha terra não pode viver mais tempo com o futuro adiado pelas opções extremamente gravosas que os eleitos do PS têm tomado nos últimos oito anos».

Recordando a situação de «rutura financeira iminente» da Câmara, as peripécias à volta do Plano de Saneamento Financeiro nunca aprovado e agora à volta do PAEL, o candidato centrista, que conhece muito bem as contas da autarquia, às quais tem dedicado muito tempo enquanto membro da Assembleia Municipal, frisou que Portimão ficará «sujeita a um verdadeiro garrote financeiro durante o período de amortização do empréstimo», que é de 20 anos., «O PS irá deixar-nos taxas de IMI nos valores máximos, cortes no pessoal e o emagrecimento da despesa corrente», recordou, salientando ainda que os munícipes de Portimão irão suportar, nos próximos 20 anos, a «mais alta taxa» de IMI do país, «mais alta do que, por exemplo, a da Quinta do Lago».

Neste contexto, José Pedro Caçorino defendeu que, no próximo mandato, a ação da Câmara deverá privilegiar quatro grande áreas de ação: «o saneamento financeiro da autarquia, o reforço das medidas de apoio e de coesão social a quem mais precisa, a revitalização económica e a reabilitação urbana, com particular enfoque no centro histórico da cidade de Portimão, no apoio ao comércio tradicional e economias locais» e, finalmente, «a recuperação do papel central de Portimão, como cidade de dimensão regional e como município agregador do desenvolvimento do Barlavento algarvio».

 

CDS é «única alternativa política credível à candidata do PS»

 

Apesar de recusar «vaidades e ambições pessoais», o cabeça-de-lista do CDS sublinhou: «sou candidato a presidente da Câmara Municipal de Portimão», «não estou aqui para lutar por um lugar de vereador».

É que, defendeu, «Portimão necessita urgentemente de uma equipa de trabalho coesa, qualificada e heterogénea, constituída por portimonenses que, independentemente de serem ou não militantes do CDS, não se revêm na forma como o Partido Socialista tem governado a autarquia. São pessoas que, como eu, não dependem nem precisam da política para viver».

Num longo discurso de 21 páginas, José Pedro Caçorino fez questão de assumir-se como «a única alternativa política credível à candidata do PS, que é claramente de continuidade».

E para que não restassem dúvidas interrogou: «alguém ouviu algum alerta, alguma discordância, alguma reserva ou dúvida que fosse da candidata do PS em relação ao rumo seguido nos últimos anos? É claro que não, por uma razão muito simples: Isilda Gomes sempre apoiou este modelo de governação e é em nome desse apoio que se candidata».

As críticas à governação socialista da autarquia, que já dura há 37 anos, foram uma constante na sessão. Fernando Andrade Gião, que é o cabeça-de-lista do CDS à Assembleia Municipal, empresário e foi apresentado pelo próprio Pedro Mota Soares como «o senador do CDS no Algarve», referiu-se a uma «falta de respeito da Câmara pela Assembleia Municipal».

«A maioria absoluta do partido que há mais de três décadas domina a Câmara e Assembleia faz com que os assuntos só vão à Assembleia Municipal por mero formalismo, porque já se sabe de antemão o resultado da votação», criticou.

 

Mudança como mote

 

Por isso, defendeu Fernando Gião, «é indispensável que deixe de haver maioria absoluta na Câmara e na Assembleia Municipal e isso só é possível com a eleição dos candidatos do CDS».

Para Gião, é preciso votar em José Pedro Caçorino «para que haja a mudança de que Portimão precisa».

«Mudança» foi, aliás, quase um mote da apresentação oficial da candidatura centrista aos órgãos autárquicos portimonenses. No início da sessão, foi lido o soneto de Camões «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades», um tema que voltaria a ser aproveitado no fim da sessão, quando se ouviu a voz de José Mário Branco a cantar «Mudam-se os Tempos».

Curiosamente esta não foi a única referência esquerdista na apresentação do candidato do CDS. Logo no início da sua intervenção, José Pedro Caçorino, dizendo seguir os conselhos do seu sobrinho «de tendências bloquistas», exclamou: «Vamos à luta camaradas!», arrancando uma gargalhada do auditório.

No fim, depois de ter citado Agustina Bessa-Luís, da qual não são conhecidas tendências esquerdistas, Caçorino citaria ainda o poeta comunista José Gomes Ferreira, exclamando «Sonhadoras e Sonhadores de Portimão: o sonho ao poder»!

Foi o ponto final de um discurso durante o qual José Pedro Caçorino dissecou os problemas de Portimão, anunciou as suas prioridades e projetos e fez poucas promessas. Curiosamente, um discurso onde nem por uma vez o candidato centrista falou das freguesias de Alvor ou da Mexilhoeira Grande…

No final, cantou-se o Hino Nacional, ocasião para a família do candidato (de sangue e política) subir ao palco.

 

 

Veja aqui mais fotos do lançamento da candidatura de José Pedro Caçorino (CDS) à Câmara de Portimão.

 

 

sulinformacao

Também poderá gostar

Janeiras em Portimão

Portimão vai cantar as Janeiras e não faltará bolo rei e jeropiga

As Janeiras vão soar na alameda da Praça da República, em Portimão, no sábado,

Sul Informação

Governo diz que já gastou mais de 3,6 milhões a reequipar hospitais do Algarve

Em 2017, já foram gastos 3,6 milhões de euros em equipamentos para diversos serviços

Sul Informação

Cheiro da sardinha assada levou mais de 50 mil a Portimão [com fotos]

As sardinhas atraíram a Portimão mais de 50 mil pessoas, entre os dias 2