O Largo Alves Roçadas, a Rua Manuel de Arriaga, a Praça da República e a Rua Coronel Figueiredo, no miolo do centro antigo de Lagoa, vão entrar em obras dentro de uma semana, a 3 de Outubro, numa intervenção que vai prolongar-se por 135 dias e custar 420 mil euros.
Trata-se das obras de revitalização, reabilitação e requalificação, que prometem uma autêntica «revolução» no centro da cidade de Lagoa, como disse ao Sul Informação o presidente da Câmara Francisco Martins.
A intervenção vai ter lugar numa área de 4.820 metros quadrados e prevê a criação de «uma nova imagem, reestruturando o trânsito automóvel e criando zonas de lazer, onde os lagoenses e os visitantes possam apreciar a componente histórico-civilizacional, com liberdade de movimento, acessibilidade e mobilidade para todos».
«Neste momento, aquela zona é conhecida pela desordem no estacionamento automóvel e pela dificuldade de acesso até para quem anda a pé, de tal forma que há poucos atrativos para os lagoenses ou para os nossos visitantes irem ao centro da cidade», disse Francisco Martins.
Na zona a intervir é difícil a convivência entre automóveis, estacionamentos e peões, para mais porque aí se situa o Mercado Municipal, uma das Farmácias, os Correios e ainda a Igreja da Misericórdia, onde têm lugar os velórios e funerais. É ainda uma zona onde resistem algumas lojas, cafés e restaurantes e onde também vivem pessoas, na sua maioria idosos.
As obras que agora vão avançar foram sujeitas a um período de discussão pública, onde participaram moradores, mas sobretudo os comerciantes daquela zona da cidade. «Recolhemos as suas opiniões, tidas em conta na versão final», garantiu o autarca.
Uma das grandes modificações a implementar será a possibilidade de o trânsito, na zona do Mercado Municipal, passar a circular só num sentido. No entanto, a solução que será implementada é «versátil e polivalente», já que «permitirá as opções de sentido único ascendente ou descendente, bem como ambos, tendo em vista as necessidades de acessos e circulação atualmente verificadas», explica a Câmara de Lagoa.
O mobiliário urbano a colocar poderá ser adaptado, «tendo em conta o uso pedonal exclusivo, assim como o uso partilhado, considerando, no entanto, sempre uma melhor gestão automóvel», acrescenta a autarquia.
A Câmara recorda que, depois de o concelho de Lagoa ter sido fundado em 16 de janeiro de 1773, a então vila foi «muito maltratada» pelo terramoto de 1 de Novembro de 1755. A estrutura do centro antigo da atual cidade pouco se modificou desde a reconstrução após esse grande sismo.
Tendo em conta que estas obras se irão prolongar por cerca de quatro meses e irão certamente causar transtornos, a Câmara Municipal de Lagoa garante que «tudo será feito no sentido de minimizar os inconvenientes produzidos» e pede «a melhor compreensão dos seus munícipes».
No final, assegura a autarquia, «a intervenção vai ser motivo de orgulho».