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O Município de Lagos voltou a prestar homenagem à memória do Infante Dom Henrique, no dia 13 de novembro, data em que se perfazem os 553 anos sobre a sua morte.

Esta cerimónia, organizada todos os anos pelo Município de Lagos, no dia 13 de novembro, contou com a colaboração da Marinha Portuguesa que enviou, para participar nesta homenagem, uma Secção de Fuzileiros e a Fanfarra, e se fez representar pelo capitão de mar e guerra e Comandante da Zona Marítima do Sul, Malaquias Domingues.

Igualmente presente esteve o Capitão do Porto de Lagos, Comandante Pedro Miguel Carvalho Pinto, além de outros convidados que se quiseram associar a esta iniciativa.

Depois de prestada a homenagem à memória do Infante e aos 553 sobre a sua morte, com a deposição de uma coroa de flores e a execução dos respetivos hinos, foi a vez do Capitão do Porto de Lagos e da presidente da Câmara Municipal de Lagos, proferirem breves alocuções.

O Capitão do Porto de Lagos, Comandante Pedro Miguel Carvalho Pinto, começou por afirmar que “é com muito prazer que nos associamos a tão emblemática cerimónia”.

Falando da figura do Infante D. Henrique como sendo “uma referência que devemos ter nos tempos que correm”, o comandante recordou aqueles que para si, seriam os principais valores do Infante, nomeadamente a sua “perseverança, organização, liderança, boa gestão e, principalmente, o seu espírito empreendedor”.

Valores que estes “que possibilitaram tão grande epopeia, levada a cabo por um país pequeno em número, mas tão grande em alma”. Para o Capitão do Porto de Lagos, “a melhor homenagem que podemos fazer ao Infante é precisamente seguir o seu exemplo de vida”.

Por seu turno, a presidente da Câmara Joaquina Matos iniciou a sua breve intervenção deixando a certeza de que “esta singela, mas simbólica homenagem será repetida ano após ano, SEMPRE, negando a humana pequenez da ingratidão. Nós, portugueses, bem sabemos de quanto lhe somos devedores”.

A autarca lembrou nesta ocasião que “Lagos foi o local escolhido para o início da expansão marítima portuguesa” e que “das nossas praias partiram as caravelas que depois regressavam com novas das Terras e dos homens até aí desconhecidos”.

Referindo que o Infante D. Henrique foi “o líder dos homens que não aceitavam os limites que a Terra Portuguesa nos impunha, e por isso procuraram e encontraram no mar o destino…no Mar Português!”

Para Joaquina Matos, não há dúvidas de que o Infante foi, acima de tudo, “o descobridor da Vocação atlântica de Portugal. Hoje em dia, e depois de passados cinco séculos da nossa história, afirma a presidente da câmara que é necessário que “sem saudosismos, saibamos ter orgulho na época das Descobertas, nesse passado tão rico de progresso de vários níveis de pioneirismo e espírito empreendedor, de esforço e de vontade de vencer contra Adamastores e Velhos do Restelo”.

A terminar, a autarca realçou ainda o facto de que atualmente “voltamos a eleger o Mar como a nossa oportunidade, o nosso destino de um Povo pequeno, geograficamente virado para o mar, e que milagrosamente se impôs ao longo de oito séculos como Nação, barrando ao longo da sua história as pretensões de domínio de um vizinho poderoso e rico. Penso que somos um milagre histórico, somos resistentes, sobreviventes e sempre virados para o mar, por onde terá obrigatoriamente de passar o nosso futuro”.

A intervenção foi concluída com a leitura de um poema de Fernando Pessoa:

O INFANTE
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Imério se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal.

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